terça-feira, 28 de outubro de 2014

Carta aberta a Diogo Mainardi,


Mainardi, após ver seu discurso falando sobre os nordestinos no Manhattan Connection (domingo, 26/10/14), chamando-nos de bovinos, atrasados na linguagem, na educação, pouco instruídos, etc, achei que deveria lhe fazer lembrar de algumas coisas que nos faltam à memória quando estamos mais preocupados em atirar pedras do que construir uma casa.

Você pode até ter razão em alguns pontos, mas as causas são importantes quando se trata da nossa miséria.
Poderia colocar aqui alguns argumentos que aplacassem este seu ódio, porque ali tem ódio, mas vou me deter a uma breve comparação.

O nordeste está para o Brasil, assim como o seu filho deficiente está para a Itália:

    1)Seu filho nasceu deficiente, mas não porque quis, e sim, por       causa de vários erros médicos.
    1)O nordestino é um povo pobre, não porque quer, mas porque aqui     a terra não é roxa, quase nunca chove, a colonização foi             diferente de outras regiões, etc. Só para ficar no âmbito do que     não é de responsabilidade do governo, não quero alongar o texto.

  2)Seu filho vive às custas do governo da Itália, e não é barato. O    governo lhe paga educação, saúde e mais um monte de benefícios,      pois foi considerado responsável pelo mal causado a ele. E foi      mesmo! Li sua história e é emocionante, além de revoltante.
2)No nordeste, quem está prestando este tipo de assistencialismo para uma população bem maior do que a da sua casa, é o governo do PT. Agora, os filhos de nossos empregados fazem faculdade, viajam de avião, tem mais médicos perto de suas casas, comem além do feijão com arroz, tem TV de plasma, celular, etc. Vivem quase como pessoas normais, pois ainda lhes falta um monte de coisas, assim como para o seu filho.

3) Seu filho, se formos colocar no linguajar utilizado por você para falar dos nordestinos, é um estorvo para a sociedade, alguém que em nada contribui para o país, só serve mesmo pra dar despesa. Tenho absoluta certeza de que ele é bem mais do que isso; uma criança feliz e que enche de orgulho a sua família.
3) Aqui, no pobre Nordeste, também não nos consideramos assim. Geramos conhecimento, emprego, temos as regiões mais turísticas do país, sem falar dos “cabeças-chata” cearenses que não cansam de invadir institutos como  o ITA e o IME e ficar com excelentes empregos lá pelo Sudeste.

4) Por último, seu filho, por conta do governo da Itália que banca tudo para ele, já conquistou muitas coisas, inclusive uma certa independência, dentro de suas limitações, como poder ir sozinho para a escola.
4) Pois é, por aqui, no Nordeste, é esta independência que o povo está buscando. Assim como o seu filho, ainda precisamos da ajuda do governo e, por isso, votamos em massa na Dilma. Ou você seria contra quem lhe deu a mão nos seus momentos mais difíceis com o seu filho? Isso seria até uma ingratidão.

Infelizmente, Diogo, a maioria dos nordestinos não tem condições de largar o país pra ir morar no primeiro mundo, muito menos às custas do governo. Quem dera!

Por enquanto, vamos ficando por aqui, continuando com quem começou a melhorar a nossa vida e esperando muito mais deste governo. Tem muita coisa para ser feita, Diogo, e a gente sabe.

Mas antes de sair por aí esbravejando seu preconceito, olhe pra dentro de casa e perceba que a gente escolhe o que nos faz melhor. No caso do Nordeste, foi a Dilma de novo.


P.S.: Sou cearense, não sou pobre e votei no Aécio.

segunda-feira, 27 de outubro de 2014

A Democracia que nos convém



Começo este texto com a seguinte pergunta: O brasileiro sabe o que significa DEMOCRACIA?

Só pra nivelar a leitura, Democracia é a forma de governo em que a soberania é exercida pelo povo. A palavra Democracia tem origem no grego, demokratía que é composta por demos (que significa povo) e kratos (que significa poder). Neste sistema político, o poder é exercido pelo povo através do sufrágio universal (Fonte: Significados.com.br).

Dada esta breve explicação e indo um pouco mais além, imagino que um povo que vive uma Democracia deveria respeitar a vontade da maioria, mesmo que esta seja contra a sua própria vontade.

Mas o brasileiro quer a Democracia que o convém. Aquela que satisfaz o seu pensamento, o seu bolso, a sua forma de enxergar o mundo. Opiniões contrárias? Nem pensar, ditadura neles.

Observamos desde ontem uma avalanche de críticas aos eleitores da Dilma. Paulistas (Aecianos) destilando seu ódio escrachado pelos nordestinos, ódio este sempre latente, que só precisa de um motivo para ser esbravejado.

Por outro lado, vimos durante toda a campanha os “Dilmetes” xingando os eleitores da oposição de “playboyzinhos”, filhinhos de papai, dentre outros.

Vimos um show de agressões, no qual quem perde somos todos nós, o povo. Em vez de estarmos unidos para que nosso país progrida, estamos mais preocupados em fazer valer a nossa verdade, que pensamos ser a única.




A Dilma venceu as eleições e massa que votou nela não é burra, pelo contrário, são pessoas que viram suas vidas melhorar: puderam estudar, comer, ser atendidas perto de suas residências, etc. Ainda tem muita coisa pra ser feita, mas não é negligenciando o que de bom foi conquistado, ainda que não diretamente para cada um de nós, que esse país evolui.

Sou completamente a favor de opiniões divergentes, a Democracia se constitui exatamente disto, mas desde que sejam fundamentadas em fatos e não em emoções, ainda mais quando estas ferem e denigrem a imagem de alguém ou de um povo.

Democracia deveria incluir compaixão, respeito à opinião do outro, empatia. Mas no Brasil, Democracia parece definir apenas o que pensa um grupo homogêneo. Isso, a meu ver, é ditadura e desta eu tenho muito medo.

P.S.: Eu votei no Aécio!
P.S.2: Democracia foi usada neste texto com letra maiúscula e várias vezes, que é pra ver se a gente entende.
P.S.3: Fiquemos atentos! A qualquer ação do governo que possa distrair a nossa pátria mãe, vamos pra rua protestar, afinal, isto é uma democracia.


domingo, 12 de outubro de 2014

Venho já!



Queridos que curtem este blog,

Sei que ele anda meio desatualizado, mas é por uma boa causa.

Em breve o Paris, só de ida! será incorporado por um jornal de grande respeito na minha cidade, o O Povo. Isso não é o máximo? Bom demais quando uma coisa que a gente gosta começa a ganhar reconhecimento e formatos maiores do que imaginávamos

Estou mega feliz!!! Já tem um monte de coisas novas só esperando para serem postadas, mas vamos esperar pelo momento certo, certo?!

O novo endereço dele será meu: http://blog.opovo.com.br/parissodeida, mas eu aviso quando for entrar no ar.

Então, até bem breve!



domingo, 21 de setembro de 2014

Eleições 2014, barbaridade!

Nunca vi tanta gente politizada na minha vida. 

É povo que convivi a vida inteira e nunca teceu, sequer, um comentário sobre qualquer candidato, candidatura ou partido e agora, nas eleições de 2014 resolveu botar a linguinha (ferina) de fora.

É arrasando o PT, é questionando a capacidade da Marina Silva, é se posicionando a favor do Aécio...

Esse post aqui não tem nenhuma intenção partidária ou de levantar a bandeira para este ou aquele. O que tem me impressionado nestas eleições é a voracidade com que as pessoas criticam os candidatos e, pior ainda, como os candidatos tocam as suas campanhas.

É muito menos um debate de ideias, de propostas que possam melhorar nosso país nos temas tão batidos como, saúde, educação e segurança. Isso aí tudo está em segundo plano.

O ataque, tanto da população quanto dos políticos, virou algo pessoal. É como se a sua preferência política revelasse o seu caráter, seus valores e personalidade.

Parece até rivalidade de time de futebol com todo aquele ódio do time adversário, mesmo quando ele não está jogando contra o seu.

Sinto-me em pleno período de barbárie no qual as pessoas perderam a noção do que mais importa e ataca quase que por atacar. Vejo um prazer em difamar, sacanear, xingar e diminuir este ou aquele candidato, tirando o foco do mais importante, que são os problemas do país.

É uma torcida do contra, um desejo íntimo de que tudo dê errado para que o “vilão” da história (ou da eleição) perca e, mais do que isso, saia, ao final, humilhado. 

As pessoas agem como quem assiste à novela Avenida Brasil e os candidatos aqui são todos a Carminha. A eleição, por incrível que pareça, virou uma diversão e já que a tragédia dá muito mais cartaz do que a alegria, que se joguem pedras e tudo o mais que façam esse show de 2014 ficar cada vez mais eletrizante.

Acho lamentável que isso esteja acontecendo! Que estejamos tão acostumados com más notícias que elas tenham virado nossa maior distração. Que tenhamos perdido a ternura, a compaixão, a compreensão, o respeito ao próximo e a discussão racional.

Acho pior ainda que estejamos “emburrecendo” e esquecendo de que nosso país precisa mesmo é de pessoas lúcidas, com visão sensata sobre questões tão cruciais para o desenvolvimento deste Brasil, um país de um tal futuro que nunca chegou pra muita gente.

Que no dia 5 de Outubro possamos votar em nossos candidatos escolhidos, pois vivemos em uma democracia e, ainda bem, temos o poder de escolha. Mas torço para que a vitória seja de uma sociedade mais consciente, mais positiva, que torça pelo país e não por este ou aquele candidato.


Que o vencedor desta disputa esqueça suas desavenças políticas (isso não tem cabimento) e possa governar o país para a gente e não para seus partidos. Que vença o melhor! Que vença o Brasil! 

terça-feira, 9 de setembro de 2014

Quando a natureza é falha

A natureza é sábia! É o que escutamos ao observar ações cotidianas, nas quais a natureza cumpriu perfeitamente o seu papel.

A natureza é sábia ao fazer de nosso cérebro quase que uma esponja capaz de absorver e armazenar milhares de informações na infância a fim de que possamos selecioná-las e aplicá-las na fase adulta. 

Sábia quando nos faz fortes e criativos nas idades entre os 20 e os 50 para que possamos produzir, prosperar e perpetuar a espécie.

Ela é sábia ao apresentar sintomas físicos em nosso corpo, como uma gripe, uma dor de cabeça, para que prestemos mais atenção em nossa máquina que nos mantém vivos.

A natureza é inteligentíssima ao colocar na mulher um hormônio que a faz achar fofinhas as crianças e despertar o desejo de cuidar e proteger.

Sábia ao fazer o cérebro masculino mais objetivo e focado, tornando-o super hábil quando o assunto é defender a prole e, por outro lado, fazer  o da mulher capaz de interligar várias informações ao mesmo tempo, tornando-a ágil em cuidar da criança, da casa, do trabalho e de mais umas mil tarefas simultaneamente.

Mas a natureza falha! 

Não estou falando aqui da falha física que gera um câncer, por exemplo, quando o nosso corpo não foi forte o suficiente para combater uma celular defeituosa.
Refiro-me aqui a uma falha mais sutil, dais de dentro, que acontece na adolescência. Como somos burros nessa fase!

Dirigimos embriagados, entramos em roubadas porque os amigos entraram, não obedecemos a regras, dormimos demais e perdemos muito dia de sol, de praia... Porém, a pior dessas falhas juvenis é a incapacidade de perceber o quão importante são os idosos para a nossa vida.

Queremos distância de pai e mãe, não temos a menor paciência para nossos avós, nem queremos saber dos problemas de nossos tios... Enfim, nada que não se refira ao nosso tão pequeno e tacanho mundinho nos interessa. 

Se tivéssemos investido tempo em ouvi-los sobre suas experiências, seus erros e acertos, sua cultura, sua geração e tudo o mais que os mais velhos trazem em suas bagagens de vida, tenho certeza de que seríamos adultos melhores. Pelo menos mais humildes, mais embasados teórico e emocionalmente, com uma coração menos ansiosos, mais generoso, pois isso, é a idade quem traz.

Infelizmente, na adolescência a natureza falha e quando nos damos conta da besteira e queremos recuperar o tempo perdido, pode ser tarde. Pior ainda é saber que um dia nós seremos os "velhos chatos" de algum jovem que não estará nem um pouco interessado em nós.


É vida que segue. 

Não tenho nada a ver com isso



Digo e repito esta frase para mim diversas vezes no intuito de me conformar com o que eu não posso mudar.

Não tenho nada a ver se um conhecido resolveu pagar quase mil Reais em um jantar durante a semana. Nada a ver com a exploração do primo com a tia de mais de sessenta anos fazendo-a assumir a trabalheira que os rebentos do primeiro dão.

Não tenho nada a ver com as visitas que resolvem praticamente morar na casa dos meus pais, causando-os desconforto. Nada a ver com o sofrimento da empregada com dores no joelho, sem poder trabalhar pra pagar um médico sequer. Nada a ver com as grosseiras de netos com avós, de primos com tios, mesmo sendo todos eles meus parentes.

Tenho mesmo não, nada a ver com isso, pois não sou eu a responsável por tais atos, nem tenho a menor influência sobre os atores e em nada deveria roubar um segundo da minha preocupação tudo isso.

Ah! Seria ótimo! Viver alheia ao que acontece em meu entorno já que não é da minha conta e ninguém está pedindo a minha opinião.

Pois é, mas não é bem assim que a minha banda toca. Tudo isso me afeta profundamente, parecendo até que a protagonista ou a antagonista da história sou eu e me sinto na obrigação de ajudar, de palpitar, de tomar as dores.

É óbvio que me metendo corro o risco de levar de volta a doce frase: Isso não é da sua conta, não se meta! Mas prefiro isso a ficar apenas observando "em cima do muro" as injustiças, grosserias e explorações.

Tenho severas desconfianças das pessoas que muito se omitem. O que elas pensam? Do que são capazes ou não pelo outro? Como agem quando estão a sós, se tão pouco deixam-se revelar em situações que exige uma atitude?

Sou mais correr o risco de dar uma bola fora, de exagerar na dose do que engolir o sofrimento de ser espectadora de absurdos.

Quer saber, eu tenho tudo a ver com o que afeta que eu quero bem,m pois se meu coração resolveu amá-los, são, portanto, parte de mim. Logo, tenho TUDO a ver com isso sim! 

domingo, 3 de agosto de 2014

Família parte 2 de 1000


Já falei sobre família neste blog, mas é o tipo de tema que tem muito pano pra manga. Da pra fazer um blog falando só dela, a FAMÍLIA. Assim mesmo, vou falar de novo porque "ô negócio pra dar trabalho, mas pra ser bom!".

Num dia você AMA, no outro você chora, no outro você magoa e é mgoada depois. Numa hora você é a santa, na outra a vilã. Tem gente que te odeia, mas também é sua fã.

Tem gente que te agride, gente que te admira, podendo ser até a mesma pessoa em momentos distintos da convivência. Família é uma sentença.

Com sorte, a família vai ter mais prós do que contras e vai dar pra levar a relação por uns bons anos, ou até por uma vida inteira. Porém, tendo azar a família não dura nem uma geração, se acaba na primeira disputa de bens.

Por falar em bens, são eles o principal motivo das brigas em família. A disputa por ele, a falta dele, o que cada um considera seu. É impressionante como só tem vítima na hora da partilha. Pobre do morto que deixou a herança: trabalhou feito um louco, juntou um bocado de grana, vai dar de bandeja para os filhos e ainda vai levar a fama de injusto, ingrato, e mais um monte de adjetivos por sua sempre desastrosa forma de "valorar" que fica.

Outra coisa que acontece em família é a troca de papeis: pai age como filho, neto passa ter autoridade sobre o avô , tia age como criança e a sobrinha é que tem de ser ponderada. 

Os mais novos acabam percebendo a bagunça na cabeça antiga e logo arrumam uma forma de conviver da melhor forma com aquele caos. Ah! Se aprendêssemos com as crianças a sobre a simplicidade em lidar com problemas... Teríamos bem menos aporrinhações.

Mas é essa a dinâmica da vida. Família é o grande treino sobre convivência, tolerância, amor ao próximo, resiliência, resignação e todo esse blá, blá, blá que o mundo civilizado exige. Pois tem um tal de amor que calibra os elos familiares, permitindo que alguns tropeços sejam dados, alguns erros cometidos e que tudo volte ao normal. Cedo ou tarde, acaba voltando.

É a família que vai suportar suas quedas e aplaudir suas conquistas. As vezes vem de quem menos esperamos a mão amiga que nos levanta. Conjugar "esse verbo família" em todas as suas formas presente, pretéritas e futuras requer traquejo e jogo de cintura. Dance conforme a música!

Porque FAMÍLIA é nome forte, tem poder, é nome com imã, queira ou não queira você.

Boa noite!

quinta-feira, 10 de julho de 2014

Ainda sobre a copa


Não adianta! Não adianta a Globo tentar fazer a gente se empolgar com a disputa entre Brasil e Holanda pelo terceiro lugar.  Nem Bonner nem a Poeta conseguem se convencer.

Não adianta o Davi Luis chorar rios de lagrimas e murmurar que só queria fazer o país dele feliz. Não vai resolver Júlio César e o diabo a quatro pedir desculpas. 
Nada vai aplacar esse desapontamento, essa decepção, raiva, descrença dessa seleção. Nada.

Sabemos que é só uma partida de futebol, mas pra nos brasileiros não era. 
Essa copa e essa surpreendente chegada à semi-final estava nos servindo de acalanto, um afago em meio a tanta tormenta. 

Mensalão, manifestação, black bokcs, quebradeira, violência, corrupção. Só se ouvia falar mal do nosso pais, da nossa cidade. Estávamos cada vez mais estrangeiros dentro do nosso canto. Estranho né?

Aí a copa chegou, nos pegou desprevenidos, nem tínhamos uma torcida organizada, nem gritos de guerra. Decepcionamos, com razão, a nossa seleção. Aí ela pediu pra gente torcer, pra gente ser um só, pra gente vibrar, lutar e a gente foi junto. 

Junto com os jogos vieram os gringos que nos fizeram sentir em casa novamente. Engraçado isso, mas a verdade é que os hermanos de vários países não estavam nem aí pra situação política e econômica do Brasil. 

De nós eles só queriam o samba, o sol, nosso jeito caliente, festivo. Eles queriam experimentar esse nosso way of life alegre e de certa forma nos lembraram de como é bom sorrir, como é bom ser brasileiro.

Aí, de repente, não mais que de repente, a gente leva um choque de realidade. Uma humilhação em campo, uma surra daquelas. Pow!

O jornal volta a falar muito mais de política do quede copa e a Poeta volta da granja Comary como quem volta de um sonho pra uma realidade dura.

A gente sabia que logo mais viriam as eleições e que a gente ia começar a falar sério de novo. Mas não era a hora. Faltava mais uma semana, mais um pouquinho de esperança.

Da forma como aconteceu, pareceu coisa de vingança sei lá de quem contra a gente que não fez nada pra merecer.

Ai não dá, é mágoa mesmo. Traição de amor, dor de cotovelo, apunhalada pelas costas.

Não tem perdão.

domingo, 29 de junho de 2014

Ser mãe


Ainda não sou, nem estou grávida, mas ontem acho que senti o primeiro gostinho de como é difícil ser mãe, educar, dar limites e blá, blá, blá.

Vivo me manifestando. Falo que as crianças de hoje são muito mimadas, não respeitam hierarquias, são mal educadas, grosseiras com pais, mães e avós. Falo que comigo será diferente, que minha filha não fará isso, muito menos aquilo, que vai aprender a comer verdura, gostar de ler... Hahaha, doce ilusão a minha.

Fui desafiada a "domar" uma fera de 17 anos de idade. Fera? Isso mesmo, explico: ela é um tesouro pra mim, amo-a de paixão, mas pense numa personalidade forte, corajosa e desafiadora, mas que por dentro é um poço de sentimento, coração mole e espírito de menina que quer colo.

Corujices à parte, tive eu que tentar convencê-la, em vão, a encerrar um dia inteiro de badalo e ir pra casa dormir. Qual o que? Até o telefone na minha cara ela desligou.

A partir disso passei a admirar cada uma das mães da minha geração que conheço e as que eu nunca vi. Gente, como é difícil dar limite! Tudo é contestado pelas crianças que juram de pé junto que já são "grandinhas" e que, mesmo bêbadas, tem responsabilidades.

Aí você tentar argumentar, tempo perdido, e a criatura não te escuta, sua vontade é de puxar pra dentro de casa, mas ela já é quase maior do que você e não é sua filha. Aí você apela pros pais e a tal "adulta precoce" fica com ódio por você ter feito isso e você, certa de que estava com a razão (isso é ótimo), fica com um sentimento de aflição caso aconteça algo que você não impediu.

Os conflitos são: será que é exagero? Será que vou levar um patada (isso dói em qualquer idade, de qualquer pessoa)? Daí você tenta se lembrar de quando tinha a mesma idade pra ver se te ajuda na decisão do que fazer e se lembra de que já esteve na mesma situação incontáveis vezes. Ainda bem que sobrevivi!

Estendi este pensamento para várias fazes da vida dos meus futuros filhos me apavorei de verdade. A gente quer que eles sejam corajosos, desbravadores, mas desbravar pode também colocá-los em riso, aí você
segura com unhas e dentes debaixo das asas, podendo criar uma criança medrosa e insegura.

Haja coração e razão pra essa tarefa que, de longe, é a mais difícil da vida, a de gerir, ou pelo menos tentar, outra vida.

A noite vai passando e você que ia dormir às onze, consegue chegar na sua cama novamente a uma da madrugada, chateada porque chateou, se perguntando o que devia realmente ter feito, mas, Graças a Deus e à "maturidade", certo de que fez o seu melhor.

Acho que isso é ser mãe, apesar de este ISSO englobar tanto desconhecimento. Acredito que seja um processo de tentativa e erro, no qual você torce pra que os acertos sejam muito maiores e pra que os erros não causem traumas, nem nos filhos, nem nos pais.

Sorte aí, mães!

domingo, 22 de junho de 2014

A vida que eu quero ter



Quer ficar perdidinha sobre a vida que você quer ter? Leia, informe-se.

Certo dia, eu meio confusa com o rumo que minha vida estava levando, a cabeça cheia de questionamentos, conversando com uma amiga, ela me disse enfaticamente: Pare de ler! Ler muito é pior, porque você fica olhando pra vida dos outros e não para a sua. Foi algo assim que ela quis dizer.

Isso pra mim fez todo sentido. Não estou aqui, pelo amor de Deus, advogando contra a literatura, revistas de fofocas, revistas de moda e tudo o mais que, graças a Deus, está aí disponível pra gente ser uma pessoa mais interessante. Sou totalmente partidária da frase da propaganda da Globo News que diz: “Quanto mais interessado você é, mais interessante você fica”.

A questão é que a leitura te leva para um mundo de fantasia. Ainda que a tal fantasia seja a vida do outro.

Resumidamente, a vida das pessoas é muito divertida, brilhante, triunfante. As biografias sempre apontam sucessos (entremeados de fracassos, se não, não teria graça. Mas a vitória triunfa, claro. Afinal, todos temos um espírito meio hollywoodiano de querer um final feliz, né?).

Podem ser viagens inesquecíveis, finais de relacionamentos que levaram o protagonista a outro ainda melhor, a gordinha que hoje tem um corpaço e que esbanja saúde, o que resolveu largar o emprego por um ano sabático e hoje trabalha exatamente com o que ama, o coitado (coitado mesmo, sem nenhuma carga pejorativa) que adoeceu gravemente, consegui vencer o mal e hoje mudou completamente a sua forma de encarar a vida; sendo alguém sem estresse, que não se permite mais sofrer e etc.

Eu, particularmente, amo essa literatura, adoro estórias reais, de pessoas comuns que despontam e tem uma vida interessante o suficiente para serem eternizadas em livros.  Mas, se a gente não tiver cuidado, o que poderia servir de exemplo para nossa vida também seguir melhorando, pode transformar-se numa grande ansiedade, gerado pela vontade de ter um pedaço de cada vida, um mosaico de vidas.



Explico: lendo tanta gente dar certo começamos a pensar que o problema está conosco, que não batalhamos com afinco para nossa felicidade, que não nos esforçamos o suficiente para ter o corpo dos sonhos, que não somos capazes de sermos tão brilhantes...

Algumas vezes começamos a tentar seguir alguns exemplos, o tal “correr atrás do prejuízo”, mas podemos estar ficando cegos para o que realmente nos move e o que até agora já construímos.

A realidade é que TODOS temos uma vida interessante com momentos mais morosos, mas que não tiram o brilho da aventura que é viver. Achar que Fulana está perdendo tempo sofrendo por Beltrano, ou que Sicrano está emperrado num trabalho sem expectativa e é um covarde por não tentar virar esse jogo, pode ser um grande erro. Talvez um olhar fotográfico da vida e não uma visão em filme, na qual tudo o que acontece na cena anterior terá uma consequência na próxima.

É verdade, tem gente mais desbravadora, corajosa, radiante, com maior força de vontade do que as outras. Eu admiro estas pessoas e sempre seguirei lendo seus relatos, pois eles me empurram de certa forma.

Mas a leitura deve ser devorada sem reservas, mas internalizada com moderação, para que você não tente trocar de personalidade a cada livro novo.
Boa leitura!


sábado, 14 de junho de 2014

Copa do mundo é Carnaval!





Moro em Fortaleza numa região onde há grande concentração de turistas, bem próximo onde acontece a tal FIFA Fan Fest.

Até então, tudo tranquilo. Houve a festa de abertura lá na tal arena de festa da Fifa, mas tudo parecia igual às festas que sempre ocorrem por lá o ano todo.

Aí os uruguaios começaram a chegar em minha terra. Tenho certeza de que eles acham que é carnaval no Brasil.

Desde ontem que só se escutam barulhos de vuvuzelas (é o novo!) buzinas de carro, pessoas em carreata cantando o hino de sua pátria. São famílias, grupo de amigos, galera jovem, mais velha... Tem turma de todo tipo, mas no quesito animação eles são idênticos.

Nem dá pra achar ruim tanta barulheira, pois não é barulho de gente reclamando, gente quebrando, evocando a tristeza e tudo o que está ruim por aí, e está mesmo. Mas não dá pra viver somente de batalhas, né? Ainda que precisamos de grandes mudanças, chega uma hora que lutar cansa e abrir uma brecha pra um momento de euforia, leia-se: COPA DO MUNDO, faz um bem enorme pra saúde.

Isso não é um ode à alienação, mas esses uruguaios estão nos fazendo olhar pro que temos de bom aqui: uma cidade ensolarada, quente, acolhedora, animada, feliz como sempre fomos.

Vengan, hermanos, sejam bem-vindos  e fiquem à vontade. A casa é de vocês (nem precisava falar, né? Rsrs).

O prazer é todo nosso em poder ser palco pra tanta feliz, que olha pra nossa cidade como quem está no melhor dos mundos, pois a alegria impera. Obrigada por nos devolver o brilho que vinha apagado há tempos, do qual estávamos até nos esquecendo que um dia tivemos

Entrem e façam a festa até onde vocês puderem, isto é, até o Brasil encarar o Uruguai nessa copa. Aí, cariños, a casa será todinha nossa, vale?!

domingo, 1 de junho de 2014

Cultura da reclamação


Atualmente em nosso país o que mais se vê são manifestações. De toda sorte, em todo canto, de vários tamanhos contra um monte de coisa. É copa, é corrupção, é roubalheira, são os 20 centavos no aumento do ônibus, são os melhores salários e a lista é sem fim.

De fato, o que não nos falta no Brasil são motivos para reclamar e protestar. Não temos saúde de qualidade, nem segurança nas ruas (nem em casa), não temos escolas que ensinem algo que preste, não temos saneamento básico e a lista é sem fim.

Artigos e mais artigos e opiniões já foram dadas sobre o tema e eu apoio muitas delas. Num país democrático, a nossa arma é mesmo a voz e sabemos que a "união faz a força".
Contudo, em meio a esta onda de protestos, percebo outra onda surgindo e esta para mim é muito perigosa: é a cultura da reclamação.

Hoje em dia é muito mais fácil ser do contra do que a favor, então, as coisas que dão certo, ainda que não sejam tantas, entram no bolo da reclamação.
Sei que muita gente vai discordar, mas no país do manifesto e da democracia, eu me sinto no direito de soltar meu verbo também.

Em minha cidade iniciou-se uma manifestação para a construção de ciclovias. Acho que nunca havia ouvido falar disso por aqui. A população até fez uma faixa bem mal feita nas ruas como protesto e a prefeitura resolveu fazer a ciclo-faixa conforme manda a lei. Adivinhem? O povo tá reclamando.

Reclamam porque dizem que quem fez a manifestação são pessoas que nem precisam de bicicleta, reclamam porque atrapalha o movimento dos carros, reclamam porque é muito pouco; e do alto de seus carrões vão dando seus palpites do contra.

Dia desses a manifestação era sei lá aonde para o voto não obrigatório. Quer se eximir de votar? Então não reclama do sistema.

Sempre tive medo dos sub-movimentos que se formam, ainda que baseados em fatos reais, com as pessoas muito dramáticas, que é a maioria. Acho que isso nos coloca em uma situação ainda pior, pois nos deixa cegos para os caminhos do bem que possam se abrir. Sei que parece uma visão muito romantizada, mas não é. Quado se dá muita ênfase para algo ruim, a tendência é a de que só olhemos para isso e esqueçamos de ver como nós podemos ajudar a melhorar o que está aí.

Como?

Respeitando garçons, porteiros, babás, pedreiros, negros, homossexuais, etc, etc, etc. Tendo compaixão com o próximo (ontem vi uma cena na qual um pai brincava com o filho de 4 anos no prédio e fingia, ou não via, um coleguinha do filho da mesma idade, com as mãos na grade, louco pra brincar e ele foi solenemente ignorado).

Como? 

Ensinando desde cedo que agregar vale mais do que excluir, que as pessoas são todas iguais e tem o mesmo valor, que elevador de serviço não é para empregados, mas para os que estão em serviço que os tais empregados são gente como qualquer outra.

Quero fazer uma manifestação contra o ser humano. O que forma fila dupla, o que para em vaga de deficiente sem ser, o que joga papel pela janela do carro, o que fura fila, o que não admite os erros, o que tem inveja, o que difama, e tantos outros que são os corruptos "sutis", ou os bandidos que aprendemos e toleramos conviver.

Não se enganem, os tais políticos ladrões nada mais são do que pessoas como nós com o poder na mão.

Portanto, antes de sair por aí reclamando do que está acontecendo (e tem de reclamar mesmo, vamos nos manifestar dentro de casa, dentro do carro, em nossos bairros. 

Melhorando a parte, a gente consegue melhorar o todo.

sábado, 17 de maio de 2014

Rotina



Todo mundo precisa de uma rotina, certo? 

Acordar, malhar, tomar café, se arrumar, trabalhar, almoçar, trabalhar de novo, voltar pra casa, ver TV, jantar e dormir, isso de segunda à quinta. Nos finais de semana ela muda um pouco, mas é basicamente o mesmo: quem mora na praia, vai à praia, que não tem vai ao parque, vai à lanchonete, fica com a família, filhos, compra algo e no shopping e por aí vai seguindo a vida, toda organizadinha, sem sobressaltos, mas sem nada de ruim, naquela rotina que lhe faz bem, ou não, mas a qual se está acostumado.

Eu não. Eu só funciono com a rotina bagunçada, apesar de eu precisar desesperadamente da rotina pra me organizar. Sei que é complexo, mas preciso saber que tenho várias opções, que nem tudo vai seguir como era antes, mas, ao mesmo tempo, preciso de alguns horários certinhos pra malhar, comer... Trabalhar eu já prefiro em horários baldeados, rendo muuuuito mais.

Só FREUD explica isso, mas acho que tem a ver com o receio da monotonia, do que não me surpreende, de achar que já sei de tudo o que vai acontecer e é isso o que mais me assusta.

Adoro sobressaltos, vida nova, novas perspectivas e expectativas. Se sou instável? De forma alguma, pessoas assim podem ser super sensatas, pés no chão, objetivas, mas vão sempre buscar mexer alguma coisa pra sair do canto.

Às vezes esse mexer está muito mais no campo das ideias que nem serão concretizadas, mas esta criatura avessa à rotina monótona acredita que irá mudar o mundo, pelo menos o próprio.


Pessoas assim costumam ter a cabeça no mundo da lua e adoram uma criatura com o pé no chão que possa freá-la. Pessoas assim geralmente são ansiosas e beiram as insatisfeitas, mas sabendo dosar, até que podemos tirar grandes proveitos dessa personalidade.


É que, como não gostamos muito da mesmice, temos uma capacidade incrível de adaptação a novos lugares, hotel sem conforto, nova roda de amigos, novos trabalhos, vale tudo pra mudar um pouco. Além do mais, por não gostarmos da mesmice, pessoas assim são mais criativas e reinventam a sua rotina diariamente.

A minha dica para pessoas como eu é: nunca passe num concurso público; esteja sempre com um hobby em mente para ser executado, agora ou depois, não importa, o importante é a iminência de algo novo.

Quando estiver achando que está vivendo mais o mundo imaginário do que o real, busque uma pessoa, não fique muito tempo só, sonhando, vá visitar amigos, sair pro cinema com eles, com seu amor... Enfim, volte pro mundo real, pois ele é o que temos de mais concreto, logo, de melhor.

E, principalmente, VIAJE. Esteja sempre com uma viagem em mente, pra perto ou pra longe, a dois, ou a sós, ou com uma galera, para perto ou para longe, curta ou longa, não importa, viajar é o que mais nos tira do prumo, das certezas e nos enriquece.

A rotina não assusta, o que apavora é a monotonia!


quinta-feira, 1 de maio de 2014

Pra morte a gente conta com a sorte


Fulano morreu num acidente, coitado. Sicrano morreu num desastre de avião, coitado. Beltrano enfartou, coitado...
Vivemos ouvindo essas notícias em nosso dia-a-dia e torcendo pra que ela não seja com algum parente próximo. Lamentamos, ou não, sofremos, ou não, depende de com que foi.
A verdade é que, pra morte, a gente só conta com a sorte. Viver é um lapso que pode durar mais pra uns e menos pra outros.
E como toda sorte, a gente precisa dar um forcinha pra ela aumentar. Para isto nos cuidamos, nos alimentamos bem, fazemos exercícios, evitamos zonas perigosas para evitar balas, tem gente que prefere ir de ônibus pra não subir no avião, vamos a médicos regularmente e por aí vai. Assim aumentamos a nossa sorte de estarmos vivos.
Mas aí vem o tal dia que ela chega. Vem sem avisar, sem pedir licença, sem perguntar se pode entrar e invadir uma casa, destruir um lar, uma família. Ela vem soberana e prepotente sabendo que é maior, ser superior a qualquer fortaleza que possamos criar contra ela.
Não adianta chorar, espernear, revoltar-se. Não adianta tentar adiar, nem pedir ela dar só mais um pouquinho de tempo pra gente se preparar pra despedida. A morte não tem ouvidos, muito menos coração.
Porém, contra morte o ser humano tem um dom infalível. É maior do que ela e dura muito mais tempo do que uma única vida. São as lembranças. É o legado que deixamos para nossos filhos, tios, primos, amigos e para todos que convieram conosco.
Lutemos, então, não contra a morte, mas a favor das boas lembranças na cabeça e no coração dos que amamos, para que possamos sobreviver além da dela.

Como bem falou Martha Medeiros, a gente só morre quando a última pessoa que se lembra de nós morre.  O bem, então, será a nossa arma mais pura, linda e leve contra o que, até então, achávamos que não poderíamos lutar.

quarta-feira, 30 de abril de 2014

Caráter experimental




Dia desses ouvi do meu marido que tudo meu é de "caráter experimental". Ouvi esta frase, a priori, desmotivante, após ter dito que faria uma aula experimental de sapateado.

Aí ele me recordou que comecei a surfar e parei, comecei um curso de bateria e parei, comprei um teclado e parei... E olha que ele se esqueceu que eu comecei um curso de desenho e parei.

É, olhando sobre este ponto de vista, realmente eu estou experimentando coisas e não estou ficando... E daí?

Refleti sobre isso e penso que ainda bem que após os 30 eu me permiti experimentar um monte de coisas das quais sempre gostei, mas nunca havia metido a mão na massa.

Os 30 são libertadores por isso. A vida financeira já está mais estabilizada e você pode começar a desviar sua atenção para outras coisas que te movem, te moverão ou não, mas valeu a pena tentar. Valeu er assunto pra falar e história pra contar.


Pra mim não há nada mais patológico do que alguém que não descobre novidades, que vive a vida apenas como ela se apresenta, sem buscar algo novo que possa surpreender.


Tenho horror a coisas que não mudam, que permanecem intactas e inabaláveis, sejam opiniões, desejos, vontades e atitudes.

Se eu fosse seguir na mesmice, não teria viajado pra Londres e nem pra Nova York (preconceito mesmo) e estaria até hoje ouvindo apenas Zezé de Camargo e Luciano (e não teria conhecido o Chico... cruz, credo!). Já imaginaram que perda de tempo e de VIDA?

Velho é quem se deixa acomodar.

Já eu, seguirei experimentando coisas que me agradam, ou que pelo menos eu acho que sim, até o quando eu bem entender, ou seja, sempre.

Como bem diz o poeta, "eu prefiro ser essa metamorfose ambulante do que ter aquela velha opinião formada sobre tudo".


E você? Vamos nessa sapatear, surfar,desenhar, tocar e se jogar comigo?

sábado, 19 de abril de 2014

Cotidiano



Pensando aqui num tema bem interessante para escrever, após alguns dias de ausência, e nada de tão especial, apesar de muitos acontecimentos especiais atualmente, me ocorria.

Percebi, então, que o especial está justamente no andar da carruagem que é a nossa vida. Caminhos ora difíceis, ora dramáticos, ora doídos, ora floridos, ora excitantes, ora mágicos, ora perigosos, ora emocionantes... Ora!

É uma ida deliciosa à Nova Iorque e a descoberta de que tudo aquilo que você exita em conhecer é perda de tempo. 

É um exame surpresa meio sério do seu pai que te faz unir-se ainda mais a ele e a sua mãe e o momento do hospital ser o local mais do que aconchegante, onde pai, mãe e irmão conversam sobre saúde, viagens, preocupações, comédias...

É o vô que, ainda que bem velhinho, tinha uma saúde de ferro e começa a dar alguns problemas e bate aquele amor maior, aquele medo, aquela resignação. 

É a visita que chega em casa e a hora de sorrir, mostrar que tudo está bem, pois são pessoas muito queridas, mesmo não estando.


É a conversa com a prima na mesa da cozinha como nos velhos tempos, é a ligação pra outra que não te contou que estava com um problema, mas você soube e, como quem não quer nada, abre espaço pra ela desabafar. É a união de umas para garantir a alegria da outra.

É uma saudade imensa do que estar por vir. Contraditório isso, né? Mas acontece no dia a dia.

É o negócio que poderia estar melhor. É a esperança que não se pode perder. É a fraqueza que não se deve demonstrar. É uma praia linda, um sol que acalma, é o mar.

É uma vontade de sair correndo pra devorar a vida antes que ela te cobre a dádiva de estar vivo. O que você está fazendo pra merecer a vida? A vida é pra quem merce, baby, não pra quem se lamenta o tempo todo.

É o Cotidiano. Com letra maiúscula, porque aqui ele é sujeito com nome próprio, ele é quase uma pessoa, sua companhia de todas as horas.

É ele que pode não ter nada de revolucionário no momento e no segundo seguinte lhe fazer flutuar, ou desabar. 

Mas é com ele que a gente deve se entender, seja qual for a nossa escolha, certa ou errada, insana ou pacata, é ele quem vai no dia seguinte lhe dar a oportunidade de sempre seguir em frente, no seu tempo, do seu jeito.





domingo, 30 de março de 2014

Tá faltando

Ta faltando amor

Ta faltando paixão

Ta faltando paciência

Ta faltando encontro

Ta faltando compreensão

Tá faltando tesão

Tá faltando o sol

Ta faltando O mar

Tá faltando você chegar

Tá faltando sabor

Ta faltando calor

Tá faltando eu nesse lugar

Falta mais poesia

Mais alegria

Mais filosofia

Mais viver

Mais conhecer

Mais saber

Tá faltando se mexer

Tá faltando viver

Tá faltando renascer

Tá faltando espera

Tá faltando lógica

Tá faltando órbita


Tá faltando...