terça-feira, 9 de setembro de 2014

Não tenho nada a ver com isso



Digo e repito esta frase para mim diversas vezes no intuito de me conformar com o que eu não posso mudar.

Não tenho nada a ver se um conhecido resolveu pagar quase mil Reais em um jantar durante a semana. Nada a ver com a exploração do primo com a tia de mais de sessenta anos fazendo-a assumir a trabalheira que os rebentos do primeiro dão.

Não tenho nada a ver com as visitas que resolvem praticamente morar na casa dos meus pais, causando-os desconforto. Nada a ver com o sofrimento da empregada com dores no joelho, sem poder trabalhar pra pagar um médico sequer. Nada a ver com as grosseiras de netos com avós, de primos com tios, mesmo sendo todos eles meus parentes.

Tenho mesmo não, nada a ver com isso, pois não sou eu a responsável por tais atos, nem tenho a menor influência sobre os atores e em nada deveria roubar um segundo da minha preocupação tudo isso.

Ah! Seria ótimo! Viver alheia ao que acontece em meu entorno já que não é da minha conta e ninguém está pedindo a minha opinião.

Pois é, mas não é bem assim que a minha banda toca. Tudo isso me afeta profundamente, parecendo até que a protagonista ou a antagonista da história sou eu e me sinto na obrigação de ajudar, de palpitar, de tomar as dores.

É óbvio que me metendo corro o risco de levar de volta a doce frase: Isso não é da sua conta, não se meta! Mas prefiro isso a ficar apenas observando "em cima do muro" as injustiças, grosserias e explorações.

Tenho severas desconfianças das pessoas que muito se omitem. O que elas pensam? Do que são capazes ou não pelo outro? Como agem quando estão a sós, se tão pouco deixam-se revelar em situações que exige uma atitude?

Sou mais correr o risco de dar uma bola fora, de exagerar na dose do que engolir o sofrimento de ser espectadora de absurdos.

Quer saber, eu tenho tudo a ver com o que afeta que eu quero bem,m pois se meu coração resolveu amá-los, são, portanto, parte de mim. Logo, tenho TUDO a ver com isso sim! 

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