terça-feira, 9 de setembro de 2014

Quando a natureza é falha

A natureza é sábia! É o que escutamos ao observar ações cotidianas, nas quais a natureza cumpriu perfeitamente o seu papel.

A natureza é sábia ao fazer de nosso cérebro quase que uma esponja capaz de absorver e armazenar milhares de informações na infância a fim de que possamos selecioná-las e aplicá-las na fase adulta. 

Sábia quando nos faz fortes e criativos nas idades entre os 20 e os 50 para que possamos produzir, prosperar e perpetuar a espécie.

Ela é sábia ao apresentar sintomas físicos em nosso corpo, como uma gripe, uma dor de cabeça, para que prestemos mais atenção em nossa máquina que nos mantém vivos.

A natureza é inteligentíssima ao colocar na mulher um hormônio que a faz achar fofinhas as crianças e despertar o desejo de cuidar e proteger.

Sábia ao fazer o cérebro masculino mais objetivo e focado, tornando-o super hábil quando o assunto é defender a prole e, por outro lado, fazer  o da mulher capaz de interligar várias informações ao mesmo tempo, tornando-a ágil em cuidar da criança, da casa, do trabalho e de mais umas mil tarefas simultaneamente.

Mas a natureza falha! 

Não estou falando aqui da falha física que gera um câncer, por exemplo, quando o nosso corpo não foi forte o suficiente para combater uma celular defeituosa.
Refiro-me aqui a uma falha mais sutil, dais de dentro, que acontece na adolescência. Como somos burros nessa fase!

Dirigimos embriagados, entramos em roubadas porque os amigos entraram, não obedecemos a regras, dormimos demais e perdemos muito dia de sol, de praia... Porém, a pior dessas falhas juvenis é a incapacidade de perceber o quão importante são os idosos para a nossa vida.

Queremos distância de pai e mãe, não temos a menor paciência para nossos avós, nem queremos saber dos problemas de nossos tios... Enfim, nada que não se refira ao nosso tão pequeno e tacanho mundinho nos interessa. 

Se tivéssemos investido tempo em ouvi-los sobre suas experiências, seus erros e acertos, sua cultura, sua geração e tudo o mais que os mais velhos trazem em suas bagagens de vida, tenho certeza de que seríamos adultos melhores. Pelo menos mais humildes, mais embasados teórico e emocionalmente, com uma coração menos ansiosos, mais generoso, pois isso, é a idade quem traz.

Infelizmente, na adolescência a natureza falha e quando nos damos conta da besteira e queremos recuperar o tempo perdido, pode ser tarde. Pior ainda é saber que um dia nós seremos os "velhos chatos" de algum jovem que não estará nem um pouco interessado em nós.


É vida que segue. 

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