sexta-feira, 20 de dezembro de 2013

Bagagem de sentimentos




Já escutei muita gente falar que ia viajar pra arejar a cabeça, não pensar em nada, principalmente após o término de uma relação. 

É verdade, a ideia de "respirar outros ares", ver gente nova, provar de outra cultura tem mesmo essa magia. Lá, tudo vai ser diferente, não vou pensar em nada daqui. 

Aí você viaja... Uau, que cidade linda! Que povo diferente! Vestem-se como doidos... As comidas são deliciosas e tudo é uma maravilha, mas o sentimento, que era pra ter ficado na terra natal, veio junto. 

Ledo engano pensar que podemos nos dar folga de nós mesmos. Somos uma coisa só, que é feliz, fica triste, ama, sente saudade, tem raiva, sente-se só, e tudo ao mesmo tempo.

Quando viajamos pode acontecer até o contrário, o sentimento tende a ficar mais solto, sem tanta satisfação pra dar para as pessoas próximas que ficam te cobrando ficar bem, aí ele brota na sua forma mais pura. Se for o fim de um romance então, o sentimento vem com tudo, cheio de lembranças de como poderia ter sido.  

Por isso, viaje, viaje muito, pra qualquer lugar e esteja certo de que estarás levando sua bagagem com os sentimentos, que podem ser excesso de peso ou apenas uma boa companhia da sua história de vida. A escolha é sua. 

Boa viagem!

sábado, 7 de dezembro de 2013

Empresa Junior



Ontem fui a um festival de dança infantil dessas academias que no final de ano mostram para mães, tias, madrinhas e avós o que as crianças fizeram o ano inteiro.

Já tinha ouvido falar que era um espetáculo e que a atuação da pessoinha principal (a da foto acima) era algo encantador. Mas achei que seria mais um teatrinho entre plié, demi-plié e arabesques,  daqueles que só quem gosta é a família mesmo, mas o que eu vi foi diferente.

Vi que aquelas crianças não só dançaram como interpretaram, atuaram, dialogaram com gente mais velha e mais experiente do que elas. Sofreram, se desesperaram, gritaram, sorriram e brilharam de acordo com a história do personagem de cada um.

Mais do que isso, arrumavam o cenário na hora da dança, subiam e desciam de bancos em passos super complicados de dar medo no espectador (ai meu Deus! Ela vai cari daí.) e improvisavam quando a fantasia desarrumava, quando erravam um passo ou quando a colega da frente errava de modo que o erro era quase imperceptível.

Comecei a fazer uma analogia com o mundo dos adultos e como gerenciamos os negócios. Ao longo da vida nós vamos recebendo tantos não, sofrendo decepções, quebrando a cara e outras coisas que vão nos acovardando, nos deixando medrosos e com um medo danado de ousar e errar.

Com isso, ficamos presos em conflitos como: abro ou não um negócio? Invisto ou não nessa ideia? Tenho um filho ou cresço profissionalmente? Liberdade ou montar família?... E assim a gente vai se enchendo de perguntas sem respostas e permanecemos no mesmo lugar, com medo de avançar num passo em falso.

Muito bom seria se pudéssemos levar pra vida a simplicidade de uma gestão de criança. Aquela que não teme o futuro, que o importante é o tal presente do qual tanto falamos de sua importância, mas só conseguimos ficar afundados no passado ou ansiosamente pensando no futuro.

Quisera eu poder levar o otimismo infantil pra vida inteira, àquele que faz com que nada pareça impossível, pois tudo é do tamanho do sonho e a capacidade de sonhar é enoooorme.

Que o profissionalismo infantil das crianças de ontem sirvam de exemplo para os adultos de hoje. Dedicação, paixão, comprometimento, persistência, brilho, leveza, diversão e prazer no que se faz para que tudo, apenas por uma consequência, saia perfeito.


domingo, 24 de novembro de 2013

" Ah! Que saudade que eu tenho... Da minha infância querida..."


Toda vez, nesta época do ano, mais ou menos no final de Novembro, eu me desorganizo.

Começa a me dar uma sensação deliciosa de férias, de festa, de gente chegando para os festejos de final e começo de ano, de praia, de sol, de brincadeira... Fico perdidinha.

Se não tiver todas as reuniões e afazeres que a vida adulta nos cobra anotadinho, bem direitinho na agenda, tenha certeza de que vou faltar reuniões importantes, vou esquecer de fazer o que havia combinado, esquecer de pagar contas (isso eu já faço o ano todo, mas piora) e por aí vai.

Certo dia, fiquei refletindo sobre esse movimento que acontece todo ano, só que eu não tiro mais férias nesta época há, pelo menos, 10 anos, e cheguei a conclusão que o problema é àquela criança que todo mundo fala que nunca morre dentro da gente. Pois é, a minha ressuscita com tudo no final do ano.

Lembro-me muito bem que por essas épocas eu já estava de férias. Sempre passei por média e nunca precisei ficar mais um mês naquele martírio que era a escola. Era fazer a prova final num dia e no mesmo dia já ir dormir mais de meia noite brincando no play do prédio de “salve”, polícia e ladrão, vôlei, jogando conversa fora, etc, etc,etc.

Éramos mais de 20 primos, mas até o final do mês de dezembro éramos apenas a metade, pois a outra sempre ficava “de recuperação”. Não tinha jeito, a turma dos que passava por média insistia para eles estudarem mais provas finais, ajudava, dava força, mas os coitados não conseguiam e perdiam um mês das férias e ainda comprometia a nossa.

Coisa boa era quando a gente recebia a notícia de que a metade sacrificada havia passado de ano... Aí era só alegria.

Era a expectativa pra saber quem seria o nosso amigo secreto do natal, depois pra ensaiar a apresentação de natal, depois viajar pra casa de praia onde passaríamos um mês inteiro acordando, indo à praia, brincando de tudo o que se puder imaginar nas dunas, na casa da tia Zena, nas outras casas, andando de buggy, mobilete... Aff! Que saudade!

Sei que isso tudo são minhas lembranças, fazem parte do meu passado e que lá deveriam estar, mas não tem jeito. A alegria transborda com um misto de saudade e de inquietação por sentir algo que não tenho mais.

Tento então criar um mundo paralelo, no qual eu vou disfarçando com a seriedade de um adulto que tem de tomar decisões que vão salvar o mundo, mas com o coração cheio de alegria indo comprar presentes de natal ou dando uma escapadinha pra um banho de mar no meio da semana.


É o eterno desafio de crescer e tentar deixar no passado o que à ele pertence. Ah! Se eu pudesse!

quarta-feira, 20 de novembro de 2013

Saudade do que eu vivi, saudade do que eu nem vi.



Essas palavras do Marcelo D2 sempre ficam martelando a minha cabeça. Identifico-me demais com elas quando vem àquela sensação de vazio, de que o caminho escolhido está errado, de que perdemos algo, mas nem sabemos direito o que é, ou até sabemos, não admitimos, não lutamos por ela.

Pode ser por preguiça. Preguiça de mudar o que já está pronto, o que nos é familiar, o que já sabemos, inclusive as imperfeições... Acostumamo-nos com o que nos faz mal só pelo simples fato de termos medo, ou preguiça de encarar o novo.

Pode ser por medo. Medo da solidão, do fracasso, de não conseguirmos alcançar o que planejamos para nossa vida... Ah! Esse planejamento pra vida; quanto mais se faz, menos se concretiza.

Essa mania de queremos controlar tudo, de saber e entender tudo pode nos aprisionar a algo que não vale a pena, mas como já sabemos, é como se fosse nosso, nosso domínio, nosso conhecimento, nos sentimos mais poderosos e seguros.

Isso acontece principalmente no trabalho e nos relacionamentos, imagino, mas acredito que haja alguma outra situação na qual nem parei para pensar, só estas já nos consomem o suficiente.

Porém, a natureza é sábia. Nosso corpo pode até permanecer na situação, mas nossa mente não. Ela passa o dia todo nos perguntando: porque você está fazendo assim? Por que está aguentando esse casamento? Por que não larga esse emprego e monta um negócio seu?

Fica àquela inquietação corroendo a gente por dentro e aparecendo por fora em forma de um rosto insatisfeito, uma pessoa amarga, que até sonha, mas não alça voo.

Minha intuição me diz que, por mais que pareça aterrorizante o pular no abismo desconhecido, é sempre a melhor saída. Passar o resto da vida pensando no que devia ter visto, vivido e sentido saudade de um passado que não foi seu, me parece a pior das lembranças.


Então, voemos!

quarta-feira, 6 de novembro de 2013

In loco na Europa



Há dias não escrevo no Blog porque estou bem no meio da tal viagem pra Paris que deu o nome ao blog: Paris, só de ida!

Mas a verdade verdadeira é que não dá pra ser turista a vida toda, infelizmente, então a viagem tem volta, sim. E ela também não foi só pra Paris, mas Budapeste, Viena, Alpes austríacos e Veneza, nesta ordem.

Por hora estou em Viena e amando. Daí veio a inspiração para este post sobre esta tal Europa.

Chamada de continente velho, ela abriga grande parte da nossa história, da arte, cultura, tradições que herdamos, línguas que falamos, pintores que admiramos, pensadores que estudamos, monumento que decoramos, guerras que lemos e caem na prova...
Tudo isso aconteceu aqui e  está tudo bem conservadinho e muito bem exposto e espalhado entre as cidades europeias pra que cada uma tenha seu encanto.

Essa é a quarta vez que viajo pela Europa e ainda falta um monte de coisa pra eu conhecer. Porém, o que mais me fascina nesta Europa é que nenhuma cidade é comparável com a outra e é dificílimo dizer quem é melhor do que quem.

É claaaaaro que Paris é Paris, mas estou encantada com Viena e com o que vi em Budapeste. Barcelona mora no meu coração, com seu astral, restaurantes, com o Gaudí e a Sagrada família, etc. Roma é de cair o queixo, é como se pulássemos pra dentro do livro de história da quarta-série. Florença é um conto de fadas.

E as pequenininhas, que muita gente nem dá valor porque não tem muitas lojas e quem tem um vinho divino ou que abrigaram uma batalha da segunda guerra mundial?

É, viajar pela Europa para mim é isso, um privilégio de poder viver uma história da qual eu só ouvia falar. É me encantar com a gentileza das pessoas ou nem ligar para algumas grosserias (o povo de Viena é meio bruto). É comer divinamente bem coisas que eu nem penso em comer na minha cidade. É entrar numa cafeteria e descobrir que a tal é desde 1786. É entrar em igrejas magníficas, glamurosas, com obras de arte do Michelângelo ou passar por túmulos do Rousseau, Victor Hugo e Braile no Panthéon...

Deste meu pequeno mundo de conhecimento Europeu, que irá se ampliar cada vez mais, tenho fé, o que quero compartilhar é a magia do novo para mim através da história antiga.

E já que a experiência e o aprendizado é a única coisa que ganhamos e que ninguém pode tirar, esse posto bem bestinha, sem profundidade nenhuma, é só pra dar um dica: na Europa, devore a história, esqueça as compras, essas só pro final do dia, afinal, ninguém resite a uma Zara, mas priorize o que vai ficar e vai te fazer um ser humano melhor.

Até a próxima! 

domingo, 27 de outubro de 2013

O casamento

Ontem fui a uma festa de casamento. Daquelas festas esperadas por todo mundo. Festão mesmo, num lugar lindo, um parque de aventuras, mais de 500 convidados, decoração impecável, 16 casais de padrinhos pra cada lado.

Tudo correu maravilhosamente bem, apesar de na hora de cerimônia ficarmos sabendo que dois padrinhos foram assaltados e levaram até seus ternos. Tudo foi escondido dos noivos pra não acabar a magia da noite.

A cerimônia foi perfeita, os noivos falaram, um pro outro, palavras do coração, não aquelas decoradas de sempre. O ministro da cerimônia falou de amor, solidariedade, dormir de conchinha ou pelo menos encostando o pezinho... Um monte de coisa linda que padre não tem propriedade pra falar, porque, coitados, não podem viver esse tipo de coisa.

Aí começou a festa, banda bacana, espumante, salgadinho, coquetéis, convidados... A noiva entra e resolve que vai jogar o buquê descendo da tirolesa do tal parque de aventura e o noivo, que há muito tempo está em sintonia com a noiva e admira essas doideiras dela, desceu também pra acompanhá-la. Massa! Casal que se casa com tudo de bom e excêntrico que o outro tem. Ele também tem as doidices dele que ela tira de letra.

Lá pelas tantas cai uma chuva e é aí que começa o que eu quero falar nesse texto, apesar dos longos 4 parágrafos anteriores só pra contextualizar.

O som parou bem no começo da festa por causa da chuva e tudo indicava que a festa ia acabar, certo? ERRADO. Foi aí que começou o que se deve chamar de CASAMENTO nos dias de hoje que quase não se vê mais.

O que todos que estavam ali viu foi O casamento. Não só o casamento entre os noivos, que é lindo, mas entre amigos, entre família. Aquilo que envolve cumplicidade, paixão, amizade, companheirismo, compreensão, afeto... Na alegria, na tristeza, na saúde e na doença, na chuva ou no sol... Foi isso o que aconteceu.

As pessoas não foram embora. Ficaram amigos, familiares, jovens, idosos, crianças, inclusive os que haviam sido assaltados. Resolveram que a festa não ia acabar. Subiram no palco. Uns batucavam, outros cantavam, outros gargalhavam, outros esperaram e se divertiram com o que estava acontecendo.

Outros foram atrás de toldos pra cobrir o som e a festa voltar a acontecer, gente ficou debaixo de chuva salvando os docinhos, o bolo e os chocolates. Engenheiros bêbados de todas as profissões começaram a tentar dar soluções pra voltar o som: bota debaixo do quiosque, traz o toldo de tirolesa (essa ideia veio de um bem bêbado), aciona o teto retrátil do parque (só que a área tem mais de 300 hectares J...). Tinha seriedade e piada, mas tudo pra manter a festa com o astral dos noivos, lá em cima.

Enfim, o que se viu ontem é a solução para um casamento de sucesso: união, gente que se apaixona por pessoas e por causas, gente que ama o outro e faz tudo por ele, gente que quer o bem, que cuida, que ampara. É claro que o casal é muito querido, e nessa vida está mais que provado que você colhe o que planta.


Finalmente a banda começou a tocar quase que em acústico e animação da galera levou a festa muito bem até de manhã.

segunda-feira, 21 de outubro de 2013

Até quanto sua alma aguenta?


Hoje, levei uma patada de graça de uma pessoa querida.

Fiz a compra da hospedagem em um hotel e errei a data. A tal pessoa, que prefiro não mencionar o nome, me chamou indiretamente de incapaz (algumas vezes) e desligou o telefone na minha cara.

Hoje ainda, aff que a semana começou foi bem, ouvi minha amiga relatar a indelicadeza de outra pessoa querida com outra ainda mais querida e mais velha durante alguns dias e ninguém foi capaz de revidar às grosseiras, deixando por menos pra não "quebrar o clima”.

Assim como essas, já presenciei várias em minha vida, tanto comigo quanto com outros e minha primeira reação, hoje, foi a de entristecer-me, mas depois comecei a refletir sobre a tal tristeza.

Por que será que aturamos tantas indelicadezas? Por que será que o ser humano não luta e reage rapidamente por seus direitos? Por que nos sentirmos constrangidos e envergonhados quando levamos uma “patada” em vez de revidarmos com raiva. A mágoa fica dentro da gente e faz mal a quem sente, a raiva pelo menos é colocada pra fora.

Diariamente somos obrigados a lidar com pessoas que parecem não saber conviver em sociedade. Sejam por serem demasiadas egoístas, ou por acharem que são as melhores e superiores, seja por que acham, ou ainda por acharem que podem sair despejando seu mau humor em cima de quem está ao lado.

A pergunta é, por que aceitamos ser tratados assim? O que fizemos de tão errado que julgamos ser merecedores dos destratos? É problema de autoestima? É porque nos sentimos seres inferiores?
O pior é que quando revidamos, temos o receio de sermos taxados como frágeis, frescos, etc.


Seja o que for, está mais do que na hora de que quem sofre com isso, botar as asinhas de fora. Gritar, esbravejar, espernear e mostrar que dentro de si existe uma fortaleza constituída de amor próprio, respeito e amor pelo próximo. 

A imagem de hoje tem nada a ver com o tema, mas é só pra dar uma leveza neste dia pesado. 

quarta-feira, 16 de outubro de 2013

A gente só precisa de uma desculpa.

Escuto muita gente falar: - "tô sem comer chocolate por seis meses porque fiz promessa pelo exame da minha mãe e deu certo" ou "não posso tomar refrigerante por um ano, fiz promessa pra tentar engravidar" ou "parei de beber por dois meses, pra conseguir uma vaga na empresa" e poi aí vai.

Não pretendo aqui contestar a fé de ninguém, pelo amor de Deus, mas, depois de refletir sobre essa negociação com Deus que é a promessa (a qual nos torna semi-deuses, pois acreditamos ter super poderes ao trocar o refrigerante nosso de cada dia pela saúde de nossa mãe...) percebi que tudo o que a gente precisa é de uma desculpa pra fazer aquilo que queríamos há muito, mas não tínhamos motivação, coragem ou força de vontade. E esse ato de coragem tem seu valor, claro!

Mas essa necessidade de ter uma desculpa para fazer o que já deveria ter sido feito não para por aí. Se a relação não está tão boa, se o amor já andou pra fora dos corações dos ex-amantes, começam as brigas e reclamações: "Você deixou a toalha molhada em cima da cama", mas a toalha esteve lá todos os banhos desde o início da relação e a mulher ou o marido sempre tiveram o maior prazer em arrumar.
"Você não me valoriza mais, não me deseja mais" ou ainda, "lembra lá no inicio do nosso namoro quando você olhou pra aquela mulher?" só que isso já havia sido perdoado anos antes.

A verdade é que sair de uma relação, mudar uma rotina ou um hábito, ainda que seja danoso, como um refrigerante, doce em excesso ou uma relação sem amor, exige de nós MUITA energia, MUITA força de vontade e por isso precisamos de uma justificativa racional para que possamos domar a emoção; e a desculpa é ótima pra isso.

Ainda com esse truque é difícil. Quantos casais passam anos nessas brinquinhos até conseguirem de fato romper? Quantas promessas de não beber são quebradas no meio? Dia desses escutei que um garoto, ao conseguir a graça, foi na igreja pedir pro santo trocar as cervejas por doações de sestas básica. Acho que o santo topou, o rapaz tá muito bem, obrigada!

A desculpa que damos pra nós mesmos não nos engana tanto. Temos um ladinho nosso egoísta que lá no fundo tá pensando no nosso melhor, ainda que este ladinho esteja com preguiça de sair da "zona de conforto", um termo cliché, mas que cabe aqui.

Bom seria se conseguíssemos ser o que nossa razão prega. Que o anjinho falasse mais alto do que o diabinho nos nossos ouvidos, que pudéssemos ter calma o suficiente para silenciar e ouvir o que está lá dentro como vontade e prioridade.


Meu Deus, se um dia eu conseguir atingir esta graça, eu prometo...

domingo, 13 de outubro de 2013

Ser criança


Que hoje todos os bolos, balas, chocolates, doces de leite e doces de goiaba com queijo, biscoitos são Luiz (ops! Bono) comidos de três andares, refrigerantes, algodões doce, pizzas de todos os sabores, pasteis, coxinhas, pipocas e tudo o mais que representa a infância possa ser comido com as mesmas calorias que tinham na infância: ZERO.

Zero calorias porque na infância a beleza é outra, a preocupação é apenas com a hora de brincar e com a tarefa de casa, que nossa mãe nos lembra, se não, nem nos preocuparíamos com ela.

Que o bullying não passe de brincadeiras resolvidas entre as crianças, na própria escola, sem precisar da mão julgadora de um adulto que pouco entende que uma briga feia não resiste a uma hora de futebol, de troca de papel de carta ou de brincadeira de boneca.

Que no dia das crianças a gente possa pensar como uma, que vive o hoje como se não houvesse amanhã, que acorda sorrindo, que estuda, leva carão, tira nota baixa, passa por frustrações, carões, sermões, mas que sabe como ninguém tratar dos assuntos problemáticos simplesmente ignorando-os e mudando o foco para algo que ela gosta, como um vídeo game que voltou a ser seu depois do castigo de uma semana.

Que a simplicidade do conceito de FELICIDADE possa ser praticada pela criança que nos habita, mesmo quando adultos rabugentos, carrancudos, traumatizados e cheios de cargas pesadas que a vida trouxe.

Que nunca percamos a capacidade de nos encantar pelo que é belo, de ficarmos boquiabertos ao ver uma paisagem, ao fazer uma viagem, assim como a criança fica quando vai pra Disney. 

Que acreditemos em super-herois e princesas, não os da ficção, mas os reais, como os Joaquins Barbosas da vida, como as Madres Terezas, ou mesmo como alguém próximo a gente, que faz o bem e nos faz bem. Que a gente possa fazer o bem.

Que a gente se olhe no espelho e se ame, mesmo com as imperfeições, pois as crianças não reparam em detalhes bobos. Que a gente misture tudo o que tem de enfeite e coloque, ainda que não combine, só pela simples vontade de brilhar como uma criança. Que a gente brilhe!

Que nunca percamos a capacidade de nos apaixonar: pelo outro, pela vida, por um projeto, por um cachorro, pelo trabalho, pela mãe, pelo irmão. Que saibamos cultivar as amizades de infância como na infância...


Enfim, que neste dia das crianças, sejamos adultos em nossa melhor versão, a de criança.

sexta-feira, 11 de outubro de 2013

No meu tempo


Minhas afilhadas de 15 e 17 anos pegaram um voo sozinhas pra SP hj. Foram dançar. Uma eliminatória pra temporada de dança em NY.
Fiquei pensando sobre a facilidade de locomoção dos dias de hoje e da liberdade que os jovens adquiriram e vi que esta frase "No meu tempo!" nos envelhece.

Quando vai chegando os 30 anos a gente começa, num ar professoral a dizer: NO MEU TEMPO a infância era muito melhor, era livre, solta, em contato com a natureza; NO MEU TEMPO ficar era coisa de galinha, sério mesmo era namorar; NO MEU TEMPO as músicas eram muito melhores, com muito mais conteúdo e blá, blá, blá.

Porém, no meu tempo, sair da sua cidade era quase um suplício. Eu tinha um amor que morava em SP e passei 3 anos sem vê-lo porque viajar era artigo de luxo e praticamente só pra adultos.
Os adolescentes de hoje não tem a melhor trilha sonora do mundo, sou obrigada a concordar que no tempo de Titãs, Paralamas, Legião, U2, etc era bem melhor, mas esses artistas e suas obras estão aí até hoje.

A verdade é que essa juventude interconectada com o mundo tudo quebrou barreiras. Ela desde cedo vai muito mais longe, viaja pra Europa ainda criança, fala outra língua não porque estuda apenas, mas porque assiste seriados em inglês e conversa com amigos sabe-se lá de onde.
Há quem diga: mas não sabem aproveitar, nem dão valor, não tem maturidade... E daí?

Essa juventude está tendo contato com muitas culturas bem cedo e crescem pessoas menos preconceituosas, mais destemidas e preparadas para as adversidades que o mundo traz.

Eu amo o meu tempo, não troco a minha infância despreocupada com a violência por nada, mas legal mesmo é que meu tempo também é hj, com a modernidade do HJ, que não perde tempo com o H O J E, convivendo e aprendendo com este novo tempo, o tempo da liberdade, não da rua, como no meu tempo,pois sair na rua está meio violento; mas a liberdade do mundo todo ligadinho pela internet.

To doida que as minhas afilhadas voltem pra me contar com o olhar do seu tempo o que sentiram da loucura que é SP. Elas vão amar, pois já são de lá, daqui e de qualquer lugar.

segunda-feira, 7 de outubro de 2013

Breve ensaio sobre a ansiedade


Ansiedade: substantivo feminino
1. Comoção aflitiva do espírito que receia que uma coisa suceda ou não.
2. Sofrimento de quem espera o que é certo vir; impaciência. 
Dicionários à parte, a ansiedade é um atraso de vida, por mais que o seu principal objetivo seja querer antecipar os acontecimentos. 
Seja viver uma história não vivida de amor, seja imaginar como será a entrevista de emprego no dia seguinte e passar a noite sem dormir, seja àquela sensação pré-festa de casamento e o medo que chova, que as pessoas faltem e tudo o mais que tentamos, em vão, antever a fim de que possamos, igualmente em vão, achar as soluções. 
A ansiedade pode ainda derivar pra algo patológico, causando suor em excesso, palpitação, dor no peito, dentre outros, quando não conseguimos mais controlar a tal ansiedade. 
Mas por que estamos ou somos tão ansiosos? Por que precisamos tanto solucionar, antes do tempo, questões vindouras? 
Acredito que hoje vivemos como semideuses. É como se tudo dependesse de nós, como se pudéssemos dar um jeito em todos os problemas do mundo se agirmos e rápido.
Mas o resultado que vejo é que quanto mais tentamos resolver o que não temos capacidade, pelo menos naquele momento, mais problemas arrumamos, pois adoecemos de ansiedade. 
Dia desses uma amiga chegou de viagem e disse que não respondera à minha mensagem porque tinha uma pilha de trabalho pra dar conta. Mas já? Acabou de chegar de uns dias de relax e já tem que resolver todos os problemas do mundo? Não seria isso uma auto-punição por ter ficado 15 dias fora? 
A ansiedade tem feito isso com a gente. Não nos permitimos parar. Temos que malhar, ganhar dinheiro, trabalhar, estudar, pagar contas, etc que nem nos dias "santos" sossegamos mais. Podemos até fingir, mas a cabeça não para. 
Façamos uma manifestação, já que está na moda, contra a ansiedade. Por lei, todos seremos obrigados a encontrar o ócio e ficar em paz por pelo menos um dia na semana.
Assim, com a mente sã, certamente seremos mais produtivos, daremos conta do que tem de ser feito em vez de ficar pensando no monte de coisas que temos que fazer. Desse modo, talvez consigamos ser menos ansiosos. 
Amém!

sábado, 5 de outubro de 2013

No coração, um cantinho chamado Saudade


Ouvi essa música da Marisa Monte ontem e estou encantada como os sentimentos são universais e como os poetas, artistas,para mim semideuses, conseguem expressar o que está dentro da alma de muitos, colocar em palavras uma dor, uma angústia, uma dúvida, coisas que desesperam o ser humano e atormentam os pensamentos.

Mas voltando ao título da música, concordo em gênero número e grau. Dentro de cada coração deve haver um cantinho chamado saudade, onde a gente vai lá visitar, mas sem morar, apenas rever algo ou alguém que deixou uma lembrança linda ou triste, mas que ficou e você guardou dentro desse cantinho.

Foram pessoas que passaram, mas que não respondera ao por quê de terem surgido em nossas vidas, lembranças do pai, da mãe, de pessoas queridas que se foram, de momentos mágicos da infância... Fica tudo ali, um pouquinho de cada, do jeito que a gente imagina que é e que muitas vezes é bem diferente da realidade. Não não importa, pois o cantinho é nosso e guardamos nele o que queremos e da forma que achamos que deve ser lembrado.

Às vezes esse cantinho ganha corpo, parece querer tomar nosso corpo e temos de travar uma luta pra ele se manter quieto, sem machucar. É como um vulcão que fica adormecido, mas sabemos que cheio de vida, tem dias que ele entra em erupção e causa estrago.
Pode ser uma música, um cheiro, uma foto, um alguém em comum, uma bebida... Qualquer coisa ou mesmo nada, pode fazer com que as lembranças guardadas e sufocadas ganhem fôlego.

Quando muito jovens, sem a sabedoria e a resiliência que só o tempo de vida nos dá, ficamos perdidos e terminamos por dar vazão ao que parece incontrolável. Com isso machucamos pessoas e atropelamos a nós mesmos.


Mas o tempo, este mesmo que envelhece a pele faz o oposto com a alma, como se ganhássemos mais força, mais agilidade e poder de adaptação; faz com que saibamos domar a nossa fera interna. Ainda que apaixonada, doida pra pular, gritar, sair correndo... Sabemos como trazê-la de volta, lá pro cantinho do coração chamado Saudade.

sexta-feira, 4 de outubro de 2013

A santa sexta-feira



A sexta-feira funciona com mini réveillons ao longo do ano. 
A gente vem esgotada da semana inteira de trabalho, aporrinhações, trânsito, academia, dietas, horários, médicos, compras pra casa, filhos na escola, estudar com os filhos e por aí vai. Aí, quando já estamos no último fôlego, lá vem a linda da sexta-feira pra poder dar àquela refrescada, uma renovada geral nos planos.

Pra sexta o nosso planejamento é de curto prazo, só dura dois dias, mas o fazemos com tanta dedicação que parece até umas férias.

As que estão "na guerra" vão ao salão na hora do almoço, fazem cabelo, unhas, depilação, se der tempo, ainda saem pra comprar uma roupitcha nova pra arrasar na balada mais tarde.
As casadas, programam um jantar com o maridinho, com casais de amigos, namoram até mais tarde, vêem TV até altas horas, deixam as crianças brincarem até 23h no play... É uma delícia a sexta, uma libertação.

Geralmente chutamos o balde pra tudo e prometemos que na segunda tudo vai começar do zero. Vai voltar a malhar, voltar pro regime, vai se controlar pra não trabalhar tanto, vai começar a fazer youga, dança, meditação, vai ler mais em vez de ver novela, etc, etc, etc... Mas isso sóoooo na segunda-feira, tem muito tempo até lá pra ser feliz.

E assim caminha a humanidade, eufórica com seus momentos concedidos pelo caos que nossa vida se tornou, quando só se vê gente bitolada com o trabalho durante 5 dias da preciosa semana, gente falando em competitividade, inovação, concorrências, vencer, ganhar dinheiro, superar metas, etc. A sexta-feira vem como uma benção, pra gente esquecer, pelo menos por uns 2 dias que vivemos meio presos... Mas isso é assunto pra outro post.

Curta a sua sexta e feliz ano novo, ops, bom final de semana!!!

quarta-feira, 2 de outubro de 2013

A Eremita urbana


Eu sou uma criatura que DETESTA conflito, DETESTA situações e relações instáveis e DETESTA desafios. Pronto, estou fora do mundo corporativo, daqui pra frente ninguém mais me contrata depois de um desabafo desses. Rsrs. Exageros a parte, ando refletindo sobre o que a gente vem se tornando e o que o mundo tem exigido da gente.

Recentemente passei por duas situações de conflito e desafios que embasam o que eu estou falando.

A primeira foi um treinamento na empresa para toda a equipe. A ideia do bicho era ser motivacional, e de fato o foi pra todo mundo, mas pra mim foi humilhante. Ter de entrar num rio e passar o dia inteiro molhada, quase adoeci. Ter de ficar levando balde d´água na cabeça porque errava na prova de xadrez humano me fez até chorar. Era um tipo de treinamento baseado no Tropa de elite, bobo, agressivo e desnecessário.

A outra situação foi a empregada da nossa casa. A criatura sai do trabalho às dez e meia da manhã pra ir bem ali carregar o celular, sendo que larga do trabalho antes das 15h e não teve tempo de fazê-lo. Como se não bastasse, quando fui chamá-la atenção, ainda veio com desaforo pro meu lado, é mole? O pior é que quem fica mal sou eu, doida que ela vá embora, pois não sei conviver bem com a cara feia do outro.

Imagino que pra muita gente essas situações sejam mais leves, mais fáceis de serem levadas, mas pra mim não, fico toda me tremendo. Uma grande amiga me falava que eu tinha que “engrossar o pescoço”, mas o problema É que me vejo mais bailarina do que halterofilista nesta vida.  Entrar em conflito com alguém, pra mim, é um desconforto, ainda mais quando o outro é bem melhor do que eu em conflitos. E geralmente o são.

Acho que no meu mundo ideal as pessoas não precisariam brigar, pois o diálogo e a confiança reinam. Mas atualmente somos completamente desconfiados do próximo. Parece que alguém está sempre querendo nos fazer de otário. Pelo menos agimos como se fosse. Aí ninguém tolera nada, nem uma conversa, uma reclamação e os treinamentos passam a nos preparar pra uma guerra e não pra um trabalho.

No tal treinamento do Capitão Nascimento, a única coisa que eu ouvia era: vença obstáculos, conquiste objetivos, tenha foco, a vida é difícil, as empresas são cruéis e por aí vai. Deus me livre uma empresa assim.

Depois do treinamento militar de ontem, fiquei refletindo sobre o que quereremos pra vida e que tipo de vida nos obrigamos a levar. Ao longo do percurso VIVER a gente engole tantos sapos, passa por tanta provação que tem horas que parece a vida ser uma luta.

Bem, pra encerrar, pois isso é um desabafo e você teve a paciência de ler, eu hoje queria mesmo era ser eremita, mas uma eremita cercada de tudo o e todos que eu gosto, claro, pois não tenho horror às pessoas, mas aos conflitos.


Quero ir pra um local onde reine a PAZ e tudo o mais o que isto envolve: amor, comida gostosa, gente do bem, amigos, praia, etc... Sei que esse local é uma casa bem complexa chamada de MIM e que pra me mudar pra lá, vou ter que ME MUDAR, de dentro pra fora, aprendendo a lidar de forma mais leve com os ais conflitos e desafios, pois o um mundo Alice que eu almejei durante todo texto, só na minha cabeça mesmo.

Eu chego lá, já, já, me aguardem!

terça-feira, 1 de outubro de 2013

Santa TPM



Li de uma amiga que ela estava sensível, chorando por tudo e que todo mundo dizia pra ela que era TPM. Ela queixou-se da insensibilidade das pessoas que rotulam as emoções tão complexas de uma forma tão racional.

Fiquei pensando que às vezes a melhor coisa do mundo é ser mulher pra dar a desculpa da TPM pra um choro sem ver nem pra quê.
 
Eu chego a ter mais de uma por mês, só pra ficar dando explicações racionais pro meu marido do meu choro, se nem eu mesma sei o motivo.
Faz alguns anos que faço do meu choro a minha válvula de escape. Choro com tanta facilidade que poderia ser atriz, fácil.
 
Se falarem atravessado comigo, choro; se brigo choro; se estou angustiada ou nervosa, choro; se vejo uma cena de beijo apaixonado na novela, choro; se escuto um depoimento emocionado, choro; choro de saudade; choro em casamentos, batizados e todos os rituais que você imaginar. Sou chorona.
Tenho pra mim que as pessoas que apreciam a arte, música (a letra e não só a melodia), que tem a capacidade de colocar-se no lugar do outro e tudo o mais que define a tal pessoa SENSÍVEL, são mais propensas ao chororo. Às vezes é meio constrangedor, pois as lágrimas começam a rolar sem a gente conseguir controlar, nesse caso, a melhor coisa é deixar rolar, literalmente. Prender o choro é o ó, você não consegue e sua cara fica horrível.
O problema é explicar pro resto do mundo que o seu choro nada tem a ver com ele, que não foi por causa de uma grosseria, não foi porque você foi mal no trabalho, nem porque o filho tá doente, nem porque você perdeu o prazo de matrícula... O choro é da alma, que encheu, encheu, encheu o pote de lágrimas e precisou derramar, e aí basta uma desculpazinha de nada pro caneco entornar.

Então, pra não ter que recorrer à Freud pra se explicar, nada melhor que uma TPM como desculpa :). Pelo menos ela serve pra alguma coisa.


segunda-feira, 30 de setembro de 2013

Espetáculo além do Show


Hoje eu vi Bibi Ferreira interpretar Edith Piaf.
Bibi subiu ao palco com um mega salto 7 ou 10, sei lá, em um vestido preto longo e uma echarpe azul.
 

Linda! Linda por que cada vez mais eu vejo que a beleza não está na jovialidade externa, sem rugas e maquiada, mas na interna, com sonhos e vontade de viver.
Bibi cantou por uma hora, em pé, as músicas mais lindas da Piaf e ainda interpretou. A voz dela ia onde ela queria, forte, doce e cheia de personalidade.
Quando terminou o show, o empresário da Bibi disse que ela vai em novembro pra uma turnê em Nova York e no próximo ano fará uma turnê no Rio cantando Sinatra.
Ela, lendo a letra, porque, segundo ela, ainda está estudando, emplacou All the way brilhantemente.
O show foi curto. É óbvio que todos nós ali ficaríamos mais duas horas ouvindo Bibi cantar.
 
Mas também é claro que ninguém reclamou, pois nós vimos ali muito mais do que um grade talento dando um show.
Vimos um exemplo de vida, um ensinamento pra vida. O de que somos movidos não por dinheiro, trabalho e coisas materiais, mas projetos e sonhos de vida: de trabalho, de lazer e tudo o mais que nos mantém vivos.
 
Segundo a Martha Medeiros, "a vida só acontece quando estamos em movimento."
 

Bibi não para e está vivíssima, mais do um bocado de gente de 20 ainhos.


sexta-feira, 27 de setembro de 2013

Família, ê, Família á.


Pra começar bem o meu blog vou falar de um tema que diz respeito à todo mundo, gostando ou não, perto ou longe, boa ou ruim, chata ou maravilhosa, todo mundo tem: FAMÍLIA.
Vim ao Rio passar pouco tempo, só três dias. Dessa vez fiquei na casa do meu noivo e não na casa da minha tia. Mas me desdobrei em mil pra lanchar com uma tia, ver meu avô e ir na casa da minha outra tia, envolveu caminhadas, ônibus e metrô. 
Vou te falar, como é maravilhoso dar um abraço, bater um papinho, ainda que de 10 minutos com a família da gente. É uma sensação deliciosa que uma parte de você está espalhada no mundo, que tem gente que abre aquele sorriso quando você chega, porque te adoram e a recíproca é muito mais do que verdadeira.
Eu sou tão abençoada neste quesito família que, mesmo com os contratempos, se melhorar, estraga. É tanta gente, em tanto canto e tanto carinho, que nem sei.
Ver meu avô de 87 anos advogando no escritório simplesmente não tem preço.
Às vezes temos a necessidade de ficarmos um pouco só, de não ouvirmos a opinião de ninguém... Mas tudo isso porque sabemos que na hora que precisar, tem alguém ali pra socorrer, pra consolar, pra rir, pra chorar...
Quanto mais velha eu fico, mais eu penso que a maior tristeza de um ser humano é ser só no mundo.

Beijo grande e segue meu conselho. FAMÍLIA: se você adora, preserve, se você não gosta, tolere.

quinta-feira, 26 de setembro de 2013

Cariocas x Paulistanos


Eu, como frequentadora assídua do Rio e de São Paulo (muito mais do Rio) e antiga moradora das duas cidades, sinto-me apta a traçar um perfil destas duas que vivem numa rixa, quase um duelo FLA x FLU ou um SÃO PAULO x CORINTHIANS.

O carioca é assim: tem um bom humor que é nato, tem sempre um sorriso largo no rosto pra te receber. Pra tudo dá-se um jeito, pelo menos diz que sim, mas só até você pedir algo profissional, um favor,  aí o bicho pega.
Pro carioca mover uma palha pra te ajudar em algo profissional leva tempo. Você tem que ir manso, com jeitinho, pedir pelo amor de Deus, porque, pra ele, isso é um MEGA favor, por mais simples que seja.
Na verdade é porque o carioca não é muito afeito ao trabalho, mas também, quem seria? Morando numa cidade linda como aquela, com um sol brilhando lá fora e o coitado dentro de um escritório. Até eu!

Já o paulistano é o oposto do carioca. São sérios, compenetrados, e não são muito de sorrisos largos no primeiro encontro. É uma gente cheia de conteúdo e que o trabalho é o que há de mais importante. O paulistano cresce pelo trabalho, se orgulha do trabalho e vive pra ele.
Logo, se você precisar de qualquer coisa profissional de um paulistano, pode pedir. Ele vai fazer de tudo pra lhe atender e lhe deixar satisfeita. Parece até o povo de Londres, mas nem tanto.

Agora, no Rio, quando você pede uma ajuda, a coisa muda de figura. O carioca adora ser prestativo nas coisas simples e sente o maior orgulho disso. Hoje mesmo comprei uma água "fiado" e o cara na maior boa vontade me vendeu. Paguei, lógico, e deixei já paga pra amanhã. Falei que estava MORTA de sede e que estava sem dinheiro e que deixaria meu iPod com ele enquanto ia em casa. Aí ele se convenceu de que eu era honesta. Gente boa o Sr. Marcos.

Já em São Paulo, não sei se isso aconteceria, pois eles são profissionais e não camaradas, entendeu?

O carioca é malandro e como bom malandro, ele é gente boa, mas não quer obrigação. Tudo na superficialidade.
Já o paulistano é profundo e cheio de conteúdo, ótimos pra um relacionamento sério e uma boa conversa de bar.
Por falar em bar... Os dois se equiparam, pois a vila Madalena é cheia de uns bem legais, assim como no Leblon, Ipanema, Gávea, Flamengo, etc. É nesse etc que está a principal diferença entre Rio e Sampa pra mim.

No Rio a alegria é espalhada pelos quatro cantos, seja na favela, zona norte ou zona sul. Um clima quente da alma, uma alegria de viver, de conviver, de estar na rua em contato com GENTE. Um "tirar onda" da vida, levá-la suavemente, lentamente, sem pressa, pois bem ali tá o mar, tá o morro da Urca, a vista pro Cristo. Pra quê correr?

Em São Paulo a alegria está em núcleos, em lugares "oásis" que só quem é de lá sabe. É uma alegria mais contida, mas é alegria. Pra quem é de fora parece até meio pesada, mas quem é de lá adora.

Pra mim, o resumo disso tudo é que eu, que sou de Fortaleza, aproveito o que há de bom nas duas. Elas nem sonham mas se completam como feijão com arroz e uma pitadinha de pimenta pra dar mais charme. Curto cada uma com suas idiossincrasias. O segredo é respeitar a cultura local seguindo o ditado "em terra de sapo, de cócoras com eles".
Nada de muita pressa no Rio e nem se atreva a ir "a passeio" pra São Paulo. Tenha sempre uma causa, ainda que seja o lazer. Ir pra lá para não fazer nada é pedir pra ser atropelado num metrô ou na paulista pelos transeuntes.

E viva a ponte aérea que aproxima esses opostos que se atraem...




terça-feira, 24 de setembro de 2013

O “tem que”


A gente passa o dia inteiro como um “post it” ambulante tendo que lembrar de um monte de coisas que tem que ser feitas.
TEM QUE: Mandar e-mail chegar no trabalho no horário, ir pro pilates, pagar o pilates, ligar pra fulana pelo aniversário dela, mandar mais e-mails, montar projetos, dar um feedback pra funcionário, marcar um jantar com as amigas, fazer as unhas (pé e mão), depilar, hidratar, malhar... Ufa! São tantos “tem que” que beira a  exaustão. A gente nem consegue separa o que é lazer, o que dá prazer, do que é obrigação.
Eu, em uma hora, tinha que almoçar, montar um projeto para um possível patrocinador e fazer as unhas (pé  e mão). Estava tão agoniada que resolvi para pra escrever, coisa que me faz um bem enorme e esvazia um pouco a tensão.
Escrevendo, percebi que esse monte de “tenho que” na realidade pode perfeitamente ficar pra depois. Ok, minhas unhas estão horríveis e tenho uma reunião já , já, mas e daí? As unhas feitas me farão fechar um bom negócio?
Outro dia foi meu aniversário e “tive que” fazer uma escova no cabelo por que “tinha que” ficar linda no meu dia. Pois é, fiz, mas linda mesmo eu fiquei depois de um super banho de mar no final da tarde, chegando na minha festa de alma renovada.
Outra vez fui visitar meus pais e ia sair rapidinho, porque “tinha que” fazer sei lá o que. Despedi-me 3 vezes e fiquei por mais de duas horas, com eles numa conversa em cima da cama, falando besteira e simplesmente curtindo quem eu mais amo na vida.
Acho que vale o exercício de pensar o que exatamente a gente “tem que”, pra que nossa vida não seja um monte de check list e que percamos os momentos mais doces, singelos e melhores, como uma boa conversa no momento no qual você está absolutamente atrasada, mas a pessoa em questão é sua mãe, seu pais, seu avô de mais de 100 anos...
Pense nisso!


segunda-feira, 23 de setembro de 2013

Paris, só de ida!



Acabei de comprar passagens pra Paris e foram só as de ida, pois a volta, ainda não sabemos direito quando e de onde voltaremos.
Bem, o importante é ir.
Quando começo a pensar em viajar, o saber que vou sair daqui, faz nascer em mim outra Luciana: a livre, a alegríssima, a que quebra barreiras, rompe  amarras, a super saudável  e a pra quem a VIDA É BELA!
Viajar é um dos verbos que mais gosto de conjugar, além de amar e namorar J. Tirar meu corpo do mesmo lugar é o máximo, mas o que sai mesmo é a minha mente, a minha alma. Ela se transporta para um lugar onde me sinto muito mais viva, conjugando o verbo ESTAR VIDA, que inventei agora.
Quisera eu poder manter este estado de espírito sempre em mim, o da leveza, o do livre e o do alegre. Consigo não, ainda! Mas chego lá J.
Enquanto isso vou arrumando pedaços desse estado de graça algumas vezes por ano quando viajo.
Um dia vou e não volto, comprarei um bilhete PARIS SÓ DE IDA.Deixarei minha alma por lá, ainda que esteja aqui ou em qualquer lugar.

Por que viajar, é o meu estado de graça.
Au revoir!