sexta-feira, 11 de outubro de 2013

No meu tempo


Minhas afilhadas de 15 e 17 anos pegaram um voo sozinhas pra SP hj. Foram dançar. Uma eliminatória pra temporada de dança em NY.
Fiquei pensando sobre a facilidade de locomoção dos dias de hoje e da liberdade que os jovens adquiriram e vi que esta frase "No meu tempo!" nos envelhece.

Quando vai chegando os 30 anos a gente começa, num ar professoral a dizer: NO MEU TEMPO a infância era muito melhor, era livre, solta, em contato com a natureza; NO MEU TEMPO ficar era coisa de galinha, sério mesmo era namorar; NO MEU TEMPO as músicas eram muito melhores, com muito mais conteúdo e blá, blá, blá.

Porém, no meu tempo, sair da sua cidade era quase um suplício. Eu tinha um amor que morava em SP e passei 3 anos sem vê-lo porque viajar era artigo de luxo e praticamente só pra adultos.
Os adolescentes de hoje não tem a melhor trilha sonora do mundo, sou obrigada a concordar que no tempo de Titãs, Paralamas, Legião, U2, etc era bem melhor, mas esses artistas e suas obras estão aí até hoje.

A verdade é que essa juventude interconectada com o mundo tudo quebrou barreiras. Ela desde cedo vai muito mais longe, viaja pra Europa ainda criança, fala outra língua não porque estuda apenas, mas porque assiste seriados em inglês e conversa com amigos sabe-se lá de onde.
Há quem diga: mas não sabem aproveitar, nem dão valor, não tem maturidade... E daí?

Essa juventude está tendo contato com muitas culturas bem cedo e crescem pessoas menos preconceituosas, mais destemidas e preparadas para as adversidades que o mundo traz.

Eu amo o meu tempo, não troco a minha infância despreocupada com a violência por nada, mas legal mesmo é que meu tempo também é hj, com a modernidade do HJ, que não perde tempo com o H O J E, convivendo e aprendendo com este novo tempo, o tempo da liberdade, não da rua, como no meu tempo,pois sair na rua está meio violento; mas a liberdade do mundo todo ligadinho pela internet.

To doida que as minhas afilhadas voltem pra me contar com o olhar do seu tempo o que sentiram da loucura que é SP. Elas vão amar, pois já são de lá, daqui e de qualquer lugar.

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