Ontem fui a uma festa de casamento. Daquelas festas
esperadas por todo mundo. Festão mesmo, num lugar lindo, um parque de
aventuras, mais de 500 convidados, decoração impecável, 16 casais de padrinhos pra
cada lado.
Tudo correu maravilhosamente bem, apesar de na hora de
cerimônia ficarmos sabendo que dois padrinhos foram assaltados e levaram até
seus ternos. Tudo foi escondido dos noivos pra não acabar a magia da noite.
A cerimônia foi perfeita, os noivos falaram, um pro outro,
palavras do coração, não aquelas decoradas de sempre. O ministro da cerimônia
falou de amor, solidariedade, dormir de conchinha ou pelo menos encostando o
pezinho... Um monte de coisa linda que padre não tem propriedade pra falar,
porque, coitados, não podem viver esse tipo de coisa.
Aí começou a festa, banda bacana, espumante, salgadinho, coquetéis,
convidados... A noiva entra e resolve que vai jogar o buquê descendo da tirolesa
do tal parque de aventura e o noivo, que há muito tempo está em sintonia com a
noiva e admira essas doideiras dela, desceu também pra acompanhá-la. Massa! Casal
que se casa com tudo de bom e excêntrico que o outro tem. Ele também tem as
doidices dele que ela tira de letra.
Lá pelas tantas cai uma chuva e é aí que começa o que eu
quero falar nesse texto, apesar dos longos 4 parágrafos anteriores só pra
contextualizar.
O som parou bem no começo da festa por causa da chuva e tudo
indicava que a festa ia acabar, certo? ERRADO. Foi aí que começou o que se deve
chamar de CASAMENTO nos dias de hoje que quase não se vê mais.
O que todos que estavam ali viu foi O casamento. Não só o
casamento entre os noivos, que é lindo, mas entre amigos, entre família. Aquilo
que envolve cumplicidade, paixão, amizade, companheirismo, compreensão,
afeto... Na alegria, na tristeza, na saúde e na doença, na chuva ou no sol...
Foi isso o que aconteceu.
As pessoas não foram embora. Ficaram amigos, familiares,
jovens, idosos, crianças, inclusive os que haviam sido assaltados. Resolveram
que a festa não ia acabar. Subiram no palco. Uns batucavam, outros cantavam,
outros gargalhavam, outros esperaram e se divertiram com o que estava
acontecendo.
Outros foram atrás de toldos pra cobrir o som e a festa
voltar a acontecer, gente ficou debaixo de chuva salvando os docinhos, o bolo e
os chocolates. Engenheiros bêbados de todas as profissões começaram a tentar
dar soluções pra voltar o som: bota debaixo do quiosque, traz o toldo de
tirolesa (essa ideia veio de um bem bêbado), aciona o teto retrátil do parque (só
que a área tem mais de 300 hectares J...).
Tinha seriedade e piada, mas tudo pra manter a festa com o astral dos noivos,
lá em cima.
Enfim, o que se viu ontem é a solução para um casamento de
sucesso: união, gente que se apaixona por pessoas e por causas, gente que ama o
outro e faz tudo por ele, gente que quer o bem, que cuida, que ampara. É claro
que o casal é muito querido, e nessa vida está mais que provado que você colhe
o que planta.
Finalmente a banda começou a tocar quase que em acústico e animação
da galera levou a festa muito bem até de manhã.
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