quarta-feira, 2 de outubro de 2013

A Eremita urbana


Eu sou uma criatura que DETESTA conflito, DETESTA situações e relações instáveis e DETESTA desafios. Pronto, estou fora do mundo corporativo, daqui pra frente ninguém mais me contrata depois de um desabafo desses. Rsrs. Exageros a parte, ando refletindo sobre o que a gente vem se tornando e o que o mundo tem exigido da gente.

Recentemente passei por duas situações de conflito e desafios que embasam o que eu estou falando.

A primeira foi um treinamento na empresa para toda a equipe. A ideia do bicho era ser motivacional, e de fato o foi pra todo mundo, mas pra mim foi humilhante. Ter de entrar num rio e passar o dia inteiro molhada, quase adoeci. Ter de ficar levando balde d´água na cabeça porque errava na prova de xadrez humano me fez até chorar. Era um tipo de treinamento baseado no Tropa de elite, bobo, agressivo e desnecessário.

A outra situação foi a empregada da nossa casa. A criatura sai do trabalho às dez e meia da manhã pra ir bem ali carregar o celular, sendo que larga do trabalho antes das 15h e não teve tempo de fazê-lo. Como se não bastasse, quando fui chamá-la atenção, ainda veio com desaforo pro meu lado, é mole? O pior é que quem fica mal sou eu, doida que ela vá embora, pois não sei conviver bem com a cara feia do outro.

Imagino que pra muita gente essas situações sejam mais leves, mais fáceis de serem levadas, mas pra mim não, fico toda me tremendo. Uma grande amiga me falava que eu tinha que “engrossar o pescoço”, mas o problema É que me vejo mais bailarina do que halterofilista nesta vida.  Entrar em conflito com alguém, pra mim, é um desconforto, ainda mais quando o outro é bem melhor do que eu em conflitos. E geralmente o são.

Acho que no meu mundo ideal as pessoas não precisariam brigar, pois o diálogo e a confiança reinam. Mas atualmente somos completamente desconfiados do próximo. Parece que alguém está sempre querendo nos fazer de otário. Pelo menos agimos como se fosse. Aí ninguém tolera nada, nem uma conversa, uma reclamação e os treinamentos passam a nos preparar pra uma guerra e não pra um trabalho.

No tal treinamento do Capitão Nascimento, a única coisa que eu ouvia era: vença obstáculos, conquiste objetivos, tenha foco, a vida é difícil, as empresas são cruéis e por aí vai. Deus me livre uma empresa assim.

Depois do treinamento militar de ontem, fiquei refletindo sobre o que quereremos pra vida e que tipo de vida nos obrigamos a levar. Ao longo do percurso VIVER a gente engole tantos sapos, passa por tanta provação que tem horas que parece a vida ser uma luta.

Bem, pra encerrar, pois isso é um desabafo e você teve a paciência de ler, eu hoje queria mesmo era ser eremita, mas uma eremita cercada de tudo o e todos que eu gosto, claro, pois não tenho horror às pessoas, mas aos conflitos.


Quero ir pra um local onde reine a PAZ e tudo o mais o que isto envolve: amor, comida gostosa, gente do bem, amigos, praia, etc... Sei que esse local é uma casa bem complexa chamada de MIM e que pra me mudar pra lá, vou ter que ME MUDAR, de dentro pra fora, aprendendo a lidar de forma mais leve com os ais conflitos e desafios, pois o um mundo Alice que eu almejei durante todo texto, só na minha cabeça mesmo.

Eu chego lá, já, já, me aguardem!

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