Essas palavras do Marcelo D2 sempre ficam martelando a minha
cabeça. Identifico-me demais com elas quando vem àquela sensação de vazio, de
que o caminho escolhido está errado, de que perdemos algo, mas nem sabemos
direito o que é, ou até sabemos, não admitimos, não lutamos por ela.
Pode ser por preguiça. Preguiça de mudar o que já está
pronto, o que nos é familiar, o que já sabemos, inclusive as imperfeições... Acostumamo-nos
com o que nos faz mal só pelo simples fato de termos medo, ou preguiça de
encarar o novo.
Pode ser por medo. Medo da solidão, do fracasso, de não
conseguirmos alcançar o que planejamos para nossa vida... Ah! Esse planejamento
pra vida; quanto mais se faz, menos se concretiza.
Essa mania de queremos controlar tudo, de saber e entender
tudo pode nos aprisionar a algo que não vale a pena, mas como já sabemos, é
como se fosse nosso, nosso domínio, nosso conhecimento, nos sentimos mais
poderosos e seguros.
Isso acontece principalmente no trabalho e nos
relacionamentos, imagino, mas acredito que haja alguma outra situação na qual
nem parei para pensar, só estas já nos consomem o suficiente.
Porém, a natureza é sábia. Nosso corpo pode até permanecer
na situação, mas nossa mente não. Ela passa o dia todo nos perguntando: porque
você está fazendo assim? Por que está aguentando esse casamento? Por que não
larga esse emprego e monta um negócio seu?
Fica àquela inquietação corroendo a gente por dentro e
aparecendo por fora em forma de um rosto insatisfeito, uma pessoa amarga, que
até sonha, mas não alça voo.
Minha intuição me diz que, por mais que pareça aterrorizante
o pular no abismo desconhecido, é sempre a melhor saída. Passar o resto da vida
pensando no que devia ter visto, vivido e sentido saudade de um passado que não
foi seu, me parece a pior das lembranças.
Então, voemos!
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