sexta-feira, 14 de fevereiro de 2014

Checklist da vida




Lendo, e amando, o livro da Martha Medeiros (3 em 1), acabo de me reconhecer um pouco mais. 


Na crônica"Entrevista" a autora comenta que certa vez em uma entrevista, estava pronta para falar sobre livros e tudo o mais que ela já sabia  responder,quando a repórter surpreendeu-a com perguntas do tipo: "Qual foi a última vez que você gargalhou de verdade?" Qual a foi a última vez que ela havia apertado a mão de alguém e tinha sido surpreendida? Qual a última vez a qual contribuiu para uma instituição de caridade? 


No texto, Martha fala que estamos tão acostumados a seguir os itens da agenda, o dia a dia de trabalho, que nos esquecemos do resto e é exatamente este "resto" o importante. Foi aí que me reafirmei.


Eu sou exatamente o oposto. Trato o meu emprego com muita responsabilidade, mas ele está realmente em segundo plano. As pessoas e as emoções me interessam mais.


Preocupo-me com a felicidade dos meus sócios, com a doença dos meus funcionários e morro de pena de quem trabalha domingos e feriados. Tenho uma dó danada dos que trabalham no dia das mães, dos pais, natal... Juro que preferia os shoppings fechados e as pessoas, que eu nem conheço, em casa com os seus.



Lembro-me, e valorizo cada dia mais, dos 15 minutinhos chegados atrasados para um compromisso por ter ficado conversando com meu pai e descoberto que ele dialoga sozinho igual a mim, enquanto minha mãe ria da loucura de nós dois.


Opto por ganhar um salário menor que meus sócios para não ter de trabalhar nos finais de semana e para poder chegar mais cedo no prédio e ouvir a gritaria dos meus sobrinhos brincando do play. 

Poder visitar o meu avô de 102 anos na hora do lanche da tarde é tarefa semanal e não abro mão dela.

Quem me lê agora deve estar pensando: "é malandragem!", "ela está com a vida ganha" e coisas do tipo. Eu mesma já me culpei por isso.

Que nada! Trabalho para empresas, dou aulas na universidade, mas meu checklist principal está em coisas intangíveis e não "ticáveis".



Sou muito mais emoção do que razão. "Tenho dificuldades com lugares aonde o sol não entra" (essa frase também é da Martha Medeiros). Tenho horror a escritórios e Torres comerciais me dão fobia.


Sou pássaro, sou sonhos e sou abençoada por poder seguir assim, curtindo, valorizando e enchendo a minha agenda de sensações misturadas com as tarefas.

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