sexta-feira, 20 de dezembro de 2013

Bagagem de sentimentos




Já escutei muita gente falar que ia viajar pra arejar a cabeça, não pensar em nada, principalmente após o término de uma relação. 

É verdade, a ideia de "respirar outros ares", ver gente nova, provar de outra cultura tem mesmo essa magia. Lá, tudo vai ser diferente, não vou pensar em nada daqui. 

Aí você viaja... Uau, que cidade linda! Que povo diferente! Vestem-se como doidos... As comidas são deliciosas e tudo é uma maravilha, mas o sentimento, que era pra ter ficado na terra natal, veio junto. 

Ledo engano pensar que podemos nos dar folga de nós mesmos. Somos uma coisa só, que é feliz, fica triste, ama, sente saudade, tem raiva, sente-se só, e tudo ao mesmo tempo.

Quando viajamos pode acontecer até o contrário, o sentimento tende a ficar mais solto, sem tanta satisfação pra dar para as pessoas próximas que ficam te cobrando ficar bem, aí ele brota na sua forma mais pura. Se for o fim de um romance então, o sentimento vem com tudo, cheio de lembranças de como poderia ter sido.  

Por isso, viaje, viaje muito, pra qualquer lugar e esteja certo de que estarás levando sua bagagem com os sentimentos, que podem ser excesso de peso ou apenas uma boa companhia da sua história de vida. A escolha é sua. 

Boa viagem!

sábado, 7 de dezembro de 2013

Empresa Junior



Ontem fui a um festival de dança infantil dessas academias que no final de ano mostram para mães, tias, madrinhas e avós o que as crianças fizeram o ano inteiro.

Já tinha ouvido falar que era um espetáculo e que a atuação da pessoinha principal (a da foto acima) era algo encantador. Mas achei que seria mais um teatrinho entre plié, demi-plié e arabesques,  daqueles que só quem gosta é a família mesmo, mas o que eu vi foi diferente.

Vi que aquelas crianças não só dançaram como interpretaram, atuaram, dialogaram com gente mais velha e mais experiente do que elas. Sofreram, se desesperaram, gritaram, sorriram e brilharam de acordo com a história do personagem de cada um.

Mais do que isso, arrumavam o cenário na hora da dança, subiam e desciam de bancos em passos super complicados de dar medo no espectador (ai meu Deus! Ela vai cari daí.) e improvisavam quando a fantasia desarrumava, quando erravam um passo ou quando a colega da frente errava de modo que o erro era quase imperceptível.

Comecei a fazer uma analogia com o mundo dos adultos e como gerenciamos os negócios. Ao longo da vida nós vamos recebendo tantos não, sofrendo decepções, quebrando a cara e outras coisas que vão nos acovardando, nos deixando medrosos e com um medo danado de ousar e errar.

Com isso, ficamos presos em conflitos como: abro ou não um negócio? Invisto ou não nessa ideia? Tenho um filho ou cresço profissionalmente? Liberdade ou montar família?... E assim a gente vai se enchendo de perguntas sem respostas e permanecemos no mesmo lugar, com medo de avançar num passo em falso.

Muito bom seria se pudéssemos levar pra vida a simplicidade de uma gestão de criança. Aquela que não teme o futuro, que o importante é o tal presente do qual tanto falamos de sua importância, mas só conseguimos ficar afundados no passado ou ansiosamente pensando no futuro.

Quisera eu poder levar o otimismo infantil pra vida inteira, àquele que faz com que nada pareça impossível, pois tudo é do tamanho do sonho e a capacidade de sonhar é enoooorme.

Que o profissionalismo infantil das crianças de ontem sirvam de exemplo para os adultos de hoje. Dedicação, paixão, comprometimento, persistência, brilho, leveza, diversão e prazer no que se faz para que tudo, apenas por uma consequência, saia perfeito.